A IMAGEM VISUAL FORMA E REFORMA: O LADO DE CIMA DA ROUPA DE BAIXO

Jorge Rodrigues, Aldo Filho
unpublished
Cultura Visual: a imagem visual forma e reforma. As imagens visuais exercem suas potências em diferentes suportes, desde os mais facilmente identificáveis, os impressos e digitais, ao nosso próprio corpo, veículo de infinitos significantes que redundam em importante narrativa, na medida em que nos liga a diferentes lugares e espaços, servindo em sua textualidade nem sempre hermética para nos defender e respaldar nossos ataques nos embates da vida. A atenção dedicada ao vestuário, à maneira de
more » ... arrumar e a intenção de marcar posições nas hierarquias sociais é cada vez mais eloqüente. Há flagrante relação entre a visualidade do que o corpo carrega e a economia erótica, ou as reservas sexuais. Uma bela aparência (Perniolla 2005:60) suscitaria e favoreceria uma abordagem sexual. Perniola, (idem) que referencia essa parte do nosso trabalho, defende que a conexão estético-sexual da roupa não nasceria de uma experiência efetiva do vestuário como tal, na qual a roupa estaria subordinada à beleza do corpo e à atração sexual que exerce, pois a idéia de que os corpos vivos nos excitam mais que as roupas que vestem, nos aprisionaria no esteticismo organicista que reduz a sexualidade à função da vida. Pois, não há dicotomia sustentável, nos tempos atuais, entre o corpo e a alma e nem um conceito aceitável tanto de um quanto do outro, que pudesse isolá-los num nível de pureza e impermeabilidade em relação ao outro. O que surgiria como nova é a constatação de que o corpo é tão inapreensível quanto a alma, e que ambos não estão em oposição na medida em que a devoção que institui a alma é tão sensível quanto a lascívia que faz representar o corpo. A oposição que emerge seria então entre o corpo e o objeto, aqui, o corpo e a roupa. Tal tensão induz à observação do jogo das potências visuais e dos seus papéis nas configurações das redes subjetivas que superam a blindagem do sujeito e nos leva a considerar a expansão ilimitada do corpo em amálgama com o que lhe teria sido externo. A Junior No segundo semestre de 2007 em São Paulo, foi lançado o primeiro número da Junior, periódico que se apresentava como uma nova alternativa dentro do mercado editorial para a comunidade gay. A revista alcança notável sucesso, dentro dos glossy gay magazine "revistas gays brilhosas", ou revistas impressas em papel couchê. Glossy gay são revistas que surgem a partir dos anos 1990 e se caracterizam por destacarem gays e lésbicas economicamente bem sucedidos, certamente uma visão parcial e glamourizada da cultura gay pós-Stonewall e pós
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