Espaços e tempos em Geografia: homenagem a António Gama
[book]
Fernanda (coord.) Cravidão, Lúcio (coord.) Cunha, Paula (coord.) Santana, Norberto (coord.) Santos
2017
António Gama Mendes, geógrafo, brilhante professor e investigador, faleceu prematuramente em Dezembro de 2014. A sua competência científica, a sua aptidão pedagógica, a sua vastíssima bagagem cultural e, acima de tudo, uma estatura académica muito assente na sua qualidade intelectual e numa imensa generosidade do ponto de vista humano, fizeram com que a Universidade Portuguesa e, particularmente, a Geografia tenham sofrido um forte abalo com a sua partida. Para além de deixar uma obra
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... iva em diferentes domínios da Geografia Social, da Geografia Política e da Geografia Cultural, deixou muitos amigos em Portugal e no estrangeiro, em diferentes áreas disciplinares que vão da Geografia à Economia e da Sociologia à Filosofia e à Literatura. Por isso, este livro, com que alguns dos seus amigos de diferentes áreas científicas pretendem homenageá-lo, revisitando alguns dos temas de investigação que lhe eram mais queridos, de modo a perpetuar a memória de um nome, de uma obra e de uma personalidade absolutamente ímpares na Universidade e na ciência portuguesas. Ge grafias edição revisão Graça Pericão imagem da capa copyright Luísa Ferreira pré -impressão Mickael Silva execução gráfica www.artipol.net isBn 978-989-26-1348-2 isBn digital 978-989-26-1343-7 doi https://doi.(Página deixada propositadamente em branco) a n t r o p o c e n o , c i d a d e s e g e o g r a f i a João Ferrão/joao.ferrao@ics.ulisboa.pt Instituto de Ciências Sociais Universidade de Lisboa "Who will speak for the Earth, and how, will it become one of the most crucial questions of the 21st century." (Castree, 2015: 245) Nota prévia O António Gama cultivava o debate científico, tinha um enorme fascínio pelas cidades e era um apaixonado pela Geografia. O tema escolhido para este ensaio procura contemplar simultaneamente esses três aspetos. O Antropoceno é um conceito recente, com uma expansão fulgurante mas rodeado de controvérsia dentro e fora da academia, mobilizando, com igual intensidade, defensores, apoiantes críticos, céticos e detratores. O António não desperdiçaria esta oportunidade para exercitar o seu gosto pelo debate e para demonstrar a sua capacidade reflexiva em torno de um conceito provocador (Harrington, 2016). As cidades, por sua vez, constituem uma dimensão crítica da narrativa geo -histórica do Antropoceno (Taylor, O'Brien e O'Keefe, 2015b). Ganham, por isso, uma nova centralidade analítica e normativa neste contexto, o que permite aprofundar teses e perspetivas anteriores e, ao mesmo tempo, levantar questões que apontam para horizontes inovadores de pesquisa e de ação. Por
doi:10.14195/978-989-26-1343-7
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