Os Conselhos Operários e a Revolução nas práxis da Internacional Situacionista (1957-1972)

Marcus Vinícius Costa Da Conceição
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Resumo: A Internacional Situacionista se dedicou, durante o período de sua existência, a uma práxis muito profícua a respeito das questões que envolviam o tema da Revolução e dos Conselhos Operários. Partindo de formulações teóricas, ou seja, como eles interpretaram os movimentos históricos, a partir de suas perspectivas, e sua atuação política. Pretende-se destacar e analisar quais os caminhos percorridos pelos situacionistas a respeito desses dois temas e como eles defendiam o papel central
more » ... s conselhos operários durante uma revolução social. Palavras-chave: Internacional Situacionista. Conselhos Operários. Revolução. _______________________________________________________________________________________ Introdução Quando a Internacional Situacionista (IS) 1 surgiu em 1957, constituía-se como um grupo preocupado com o fazer artístico, com os problemas que a arte, sobretudo a de vanguarda, enfrentava naquele momento. Para os situacionistas, a arte passava por um período sem inovação, e geralmente, como mera repetição do dadaísmo e do surrealismo, o que acabou os levando a pensar e agirem com o objetivo de não somente se apropriarem, mas também, superarem estas antigas vanguardas. "O dadaísmo quis suprimir a arte sem realizá-la; o surrealismo quis realizar a arte sem suprimi-la. A posição crítica elaborada desde então pelos situacionistas mostrou que a supressão e a realização da arte são aspectos inseparáveis de uma mesma superação da arte" (DEBORD, 2006, p. 125, grifos nossos). Desta 1 A Internacional Situacionista é um grupo artístico-político de caráter internacional que se forma na Europa em 1957 e encerra as suas atividades em 1972. No período da sua existência teve interesse nos mais diversos assuntos: desde a arquitetura e urbanismo, passando pela arte contestatória, pelo cinema, pela prática política. Aqui neste trabalho a IS é compreendida em duas fases: uma primeira (1957-1962) relacionada a aspectos artísticos e urbanísticos e uma segunda (1962-1972) relacionada a aspectos mais estritamente políticos, como a análise da sociedade e do Estado no pós-segunda guerra.
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