Sobre a preservação de expoentes morfológicos na fonologia variável do português brasileiro

Luiz Carlos Schwindt
2016 Domínios de Lingu@gem  
RESUMO: A partir do pressuposto de que processos fonológicos variáveis podem acessar informações morfológicas, defendemos, neste texto, que expoentes de morfemas monossegmentais são mais protegidos contra apagamentos do que porções fonológicas distribuídas em unidades morfológicas maiores. Dois fenômenos variáveis bastante debatidos em português brasileiro são analisados como evidências: a desnasalização de ditongos finais átonos (ex. homem ~ homi; pedem ~ pedi) e o apagamento de r em coda
more » ... tônica (ex. amor ~ amo∅; amar ~ ama∅). Propomos a formalização desses fenômenos na perspectiva da Teoria da Otimidade, numa abordagem em que restrições de natureza morfológica interagem com restrições fonológicas, a fim de assegurar consistência de exponência. PALAVRAS-CHAVE: Consistência de Exponência. Desnasalização. Apagamento de r. Teoria da Otimidade. ABSTRACT: From the assumption that phonological variation can access morphological information, we advocate in this text that monosegmental morphemes are more protected from deletion than morphemes distributed in greater phonological structures. Two variable phenomena of Brazilian Portuguese quite discussed in the literature are analyzed here as evidence: denasalization of final unstressed diphthongs (eg. homem ~ homi 'man'; pedem ~ pedi 'they ask') and rdeletion in stressed final codas (eg. amor ~ amo∅ 'love'; amar ~ ama∅ 'to love'). We propose a formal approach for these data in the Optimality Theory framework, assuming that morphological constraints interact with phonological ones in order to ensure Consistency of Exponence.
doi:10.14393/dl22-v10n2a2016-2 fatcat:g5dosjcwvvghbghj37vwitihgu