Papel dos receptores dopaminérgicos D1 e D2 do colículo inferior na expressão de respostas incondicionadas e condicionadas de medo [thesis]

Ana Caroline Colombo
Paulo, pela oportunidade de realização do curso de mestrado. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pela concessão da bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro para a realização desta pesquisa. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo auxílio financeiro no início deste trabalho. À Dra. Amanda Ribeiro de Oliveira, que nos anos de convivência, muito me ensinou, contribuindo de forma essencial para meu crescimento científico e intelectual. Por
more » ... e ensinar a fazer ciência. Aos amigos do laboratório, pela atenção, apoio, conversas e almoços durante todo processo de construção do conhecimento. Aos meus outros tantos amigos, por darem sentido à palavra amigo. Por serem peças fundamentais em cada etapa da minha vida e que, mesmo distantes, se fazem parecer tão próximos. À minha família, pelo apoio e amor incondicional. Por me mostrarem o caminho e por fazerem parte de tudo que hoje sou. Ao Léo, por me colocar no chão nos momentos de desespero e por acreditar em mim mais do que eu mesma. Pelo simples motivo de ser meu melhor companheiro em todos os momentos e por me fazer feliz. "Só sei que nada sei..." -Sócrates RESUMO COLOMBO, A.C. Papel dos receptores dopaminérgicos D 1 e D 2 do colículo inferior na expressão de respostas incondicionadas e condicionadas de medo. 2014. 84 f. Dissertação (Mestrado) -Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014. O colículo inferior (CI) é uma estrutura envolvida primariamente com o processamento da informação acústica, porém participa também na integração dos aspectos sensoriais, autonômicos e comportamentais da reação de defesa frente a situações de ameaça. Além disso, essa estrutura apresenta alta concentração de receptores dopaminérgicos, sendo a dopamina um dos neuromoduladores mais ativos em mecanismos subjacentes a estados de medo e ansiedade. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o papel dos receptores dopaminérgicos (D 1 e D 2 ) do CI na expressão de respostas defensivas incondicionadas ou condicionadas. Para tanto, ratos Wistar machos (±270g, n=186) passaram por cirurgia estereotáxica para implante bilateral de cânulas-guia direcionadas ao CI. Esses animais receberam administração intra-CI de quimpirole (agonista D 2 ), sulpirida (antagonista D 2 ), SKF 38393 (agonista D 1 ) ou SCH 23390 (antagonista D 1 ), em diferentes doses, e foram submetidos aos testes do labirinto em cruz elevado (LCE) e ao campo aberto. Uma dose de sulpirida foi avaliada também no teste do sobressalto potencializado pelo medo (SPM). Quanto à avaliação das respostas defensivas no teste do LCE, foi observado que apenas a sulpirida diminuiu as entradas e o tempo despendido nos braços abertos, ou seja, causou um efeito pró-aversivo. As outras drogas não influenciaram essas respostas defensivas. Um comprometimento no desempenho motor foi observado pela administração intra-CI de quimpirole (diminuição nas entradas nos braços fechados) e de SCH 23390 (diminuição da locomoção no campo aberto). Quanto aos efeitos de sulpirida sobre as respostas defensivas no teste do SPM, nenhuma influência sobre a resposta de amplitude do sobressalto e sobre o congelamento foi constatada. Os dados obtidos apontam para o envolvimento da modulação dopaminérgica por meio de receptores da família D 2 no CI na expressão de respostas incondicionadas de medo. Dopamina no CI parece, portanto, ser importante para regular a expressão dessas respostas. Por outro lado, não obtivemos evidências de que tal modulação no CI esteja envolvida na expressão de respostas condicionadas de medo. Portanto, a neurotransmissão dopaminérgica no CI sobre a expressão de respostas defensivas parece ocorrer por meio de receptores da família D 2 , com ação seletiva na modulação de respostas incondicionadas de medo. Palavras-Chave: colículo inferior, dopamina, medo, labirinto em cruz elevado, sobressalto potencializado pelo medo. ABSTRACT COLOMBO, A.C. Role of dopamine D 1 and D 2 receptors of the inferior colliculus in the expression of unconditioned and conditioned fear responses. 2014. 84 f. Dissertação (Mestrado) -Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014. The inferior colliculus (IC) is a structure primarily involved in acoustic information processing, but it also participates in the integration of the sensory, autonomic and behavioral aspects of the defensive reaction to threatening situations. Furthermore, this structure has a high concentration of dopamine receptors, and dopamine is one of the most active neuromodulators in the mechanisms underlying states of fear and anxiety. Thus, the aim of this study was to evaluate the role of IC dopamine receptors (D 1 and D 2 ) in the expression of unconditioned and conditioned defensive responses. For this purpose, male Wistar rats (±270 g, n=186) were implanted with bilateral guide cannuli directed to the IC. These animals received intra-IC quinpirole (D 2 agonist), sulpiride (D 2 antagonist), SKF 38393 (D 1 agonist) or SCH 23390 (D 1 antagonist) at different doses, and were tested in the elevated plus maze (EPM) and the open field tests. A single dose of sulpiride was also evaluated in the fear potentiated startle test (FPS). In the EPM test, it was observed that only sulpiride decreased the numbers of entries and time spent in the open arms of the maze, suggesting an ansiogenic-like effect. The other drugs did not influence these defensive responses. Impairment in motor performance was observed with intra-IC quimpirole (decrease in closed arm entries) and SCH 23390 (decrease in locomotion in the open field test). In the FPS test, no significant effects in the amplitude of the startle response and freezing behavior were observed. The data point to an involvement of IC dopaminergic D 2 -like receptors in the expression of unconditioned fear responses. Dopamine in the IC, therefore, seems to be important for regulating the expression of these responses. On the other hand, there was no evidence that this modulation in the IC is involved in the expression of conditioned fear responses. Therefore, the influence of the dopaminergic neurotransmission in the IC on the expression of defensive responses appears to occur via D 2 -like receptors, which selectively modulate unconditional fear responses.
doi:10.11606/d.59.2014.tde-11042014-095621 fatcat:w3jzjlncp5ab3kixvsgd3lol7i