Foucault e a constituição histórica da questão do poder na clínica psicanalítica: considerações metodológicas [thesis]

Rafael Alves Lima
Ao Departamento de Psicologia Clínica do IPUSP, a todos que fizeram com que aqui eu me sentisse em casa durante a pesquisa, desde os docentes, pelo suporte e acolhimento que deram a mim e ao projeto, às queridas e solícitas secretárias, minhas melhores guias na tarefa de encontrar os caminhos exatos nos penosos labirintos da burocracia. Agradeço ainda, em especial, a Léia Priszkulnik, com quem realizei, no seio do Departamento, uma das mais interessantes experiências formativas da pós-graduação
more » ... que é o estágio PAE. A meus mestres e professores que tiveram, têm e terão papel fundamental na minha formação crítica. Foram vários. Agradeço em especial a Daniel Kupermann, Nelson da , que, entre o perto e o longe, ou entre o saber disso e o lembrar disso, serão sempre referências decisivas pelos conhecimentos e reflexões para trazer comigo. Aos amigos funcionários do IPUSP, aos amigos da Biblioteca "Dante Moreira Leite" e aos amigos livreiros Antônio e Jairo, pelos livros e pelas risadas, e aos amigos do trailer, Tânia, Marilene, Seu José e Kléber, pelos cafés e pelos mimos: só quem vive a boa atmosfera dos corredores do IPUSP sabe da importância de todos vocês para a composição completa do cenário. A Tiago Lima, Pedro Gabriel Coelho, Jonas Boni e Bia Waldvogel, meus queridos e leais amigos deste nosso lar psicanalítico que nomeamos Clínica da Alves, espaço onde nos permitimos sonhar, realizar, construir e caminhar juntos em uma comunidade de destino. Obrigado pelos infinitos cafés, infinitos cigarros, infinitas conversas e, sim, 5 pela infinita paciência com a bagunça que sei que deixei em nossa cozinha nos momentos em que eu "morei" em nossa Clínica para pesquisar e escrever. Agradeço ainda às que criaram e constituíram outros novos lares, mas que de coração serão sempre da nossa Clínica, Thaís Arantes, Maíra Mamud e, em um lugar deveras especial, Karina Brancher, por meio de quem desdobro um sincero agradecimento a toda família Brancher por todos os anos de apoio e incentivo. Aos amigos do grupo de orientação, desde os tempos de iniciação científica até hoje, Domiciano, com quem aprendi um novo modo de aprender ao lê-los e ao ser lido por vocês. A meus queridos amigos, Venosa. Agradeço seja pelas tantas vezes em que partilharam e debateram comigo as inquietações desejantes desta pesquisa, seja pelas tantas vezes que me trouxeram novas inquietações em congressos e conversas, seja pelo abraço, pelo riso, pelo violão, pelo futebol e pela cerveja para me expulsar dos lugares psíquicos do ensimesmamento acadêmico. Dentre os amigos, agradeço especialmente a Wilson Franco, um verdadeiro irmão nas mais intensas "workaholoucuras", nas partilhas desvairadas de desejos psicanalíticos, políticos e estéticos destes últimos anos: amigo que sabe que está nas linhas e nas entrelinhas deste trabalho. A Caterina Koltäi, que, no momento em que a vida tendia à neurose do "samba de uma nota só", convocou-me para esta grande aventura da verdade que é a psicanálise. Se não é aqui que faço do agradecimento uma questão, então faço questão de agradecer, sim, por este algo que gosto de dar o nome de experiência de excelência. A Maria Rita Kehl, a quem recorro sempre que possível para "desentupir minhas orelhas" e revigorar meus modos de escutar e clinicar. Aos amigos e colegas do Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo, em especial a Ana Laura Prates Pacheco, Conrado Ramos, Raul Pacheco e Luís Guilherme Mola, pela experiência marcante do meu primeiro cartel, sobre o Seminário XVI do Lacan, que realizamos no ínicio desta pesquisa. e a todos os colegas, amigos, pesquisadores e andarilhos das nossas criações psicanalítico-filosóficas do LATESFIP ou epistemo-clínicas da Rede Clínica do Laboratório Jacques Lacan. A Anna Turriani, Juliano Watanabe, Dani Ferraz, Renata Penalva e ex-integrantes do nosso grupo de quinta, com quem "ando e penso sempre com mais de um" nas minhas incursões lacanianas. 6 A Pedro Lagatta, Marcelo Nery, Rafael Cinoto e aos colegas e amigos que fiz na minha breve porém marcante passagem no Núcleo de Estudos da Violência da USP. A Carlos Gonçalves, Osmar Golegã, Márcio Pavesi, Amanda Cervantes e a todos os meus queridos amigos da minha querida Santos. A Gustavo Magalhães, Rafael Boch, Tadeu Boch, Douglas Ferreira, Rodrigo Samia, Thiago Cruz e a todos os amigos do bom e velho rock'n'roll, com quem passei pelas mais importantes vivências de formação de caráter na juventude, e a Elias Debenedetti, Kailash Bernucci, Pedro Gattás e Tiago Ucella, meus atuais parceiros nos indispensáveis e brasileiros refúgios musicais. A Lucas Ferreira, João Paulo Mello, Thyago Novaes e Dayane Rodrigues, meus companheiros de longa data, os não-psicanalistas mais psicanalistas que eu conheço. Imprescindíveis amigos do peito e verdadeiros irmãos camaradas para todas as horas... em Santos, em São Paulo, em Salvador ou em qualquer lugar do mundo! A minha família, padrinhos, tios e primos, nem todos de sangue, mas todos de fato e também imprescindíveis, que souberam vir até mim quando eu não pude ir até eles nos momentos mais recolhidos de escrita. A Maurício dos Reis Lima e Clarice Alves Lima, meus pais, por tudo e mais um pouco. Ou melhor...por tudo e mais um muito. Há quem diga que se houvesse um quarto impossível freudiano, este seria o "impossível agradecer", pois este nunca chegaria a um ponto minimamente satisfatório ou conclusivo por mais e mais "obrigados" que possam ser empenhados ao longo de uma vida inteira. Quando se trata de vocês dois, é por aí mesmo: o apoio que vocês me deram e me dão é grande demais pra caber em quaisquer agradecimentos. Nunca é demais lembrar que isto aqui começou lá atrás pra reconhecer que, sem a dedicação e o suporte de vocês, desde o bê-á-bá que teve início há mais de vinte anos até agora, nada disso seria concretizável. O filho ama vocês! 7 RESUMO LIMA, R. A. (2012). Foucault e a constituição histórica da questão do poder na clínica psicanalítica: considerações metodológicas. Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. O presente trabalho tem como objetivo problematizar os modos pelos quais a história da psicanálise se posiciona à luz da analítica do poder segundo Foucault. Primeiramente, contextualizou-se a relação crítica estabelecida entre Foucault e a psicanálise. Tendo isso em vista, buscou-se estabelecer uma definição operacional da categoria de poder na qualidade de método, de um ponto de vista foucaultiano. Desta definição, privilegiou-se o papel da liberdade enquanto condição fundamental para as relações de poder, liberdade esta entendida nas superfícies da cura, da linguagem e da relação entre sujeito e verdade. Assim sendo, procurou-se interpelar a função das biografias e dos casos clínicos por meio de um posicionamento comparativo com os conceitos foucaultianos de arquivo e acontecimento. Por fim, procurou-se defender o papel crucial da singularidade do caso para a tessitura das relações de poder na historiografia erudita da psicanálise. ABSTRACT LIMA, R. A. (2012) Foucault and the historical constitution of the issue of power in clinical psychoanalysis: methodological considerations. Master's Dissertation. University of Sao Paulo, Sao Paulo. This study aims to problematize the ways in which the history of psychoanalysis positions itself in light of Foucault's analytics of power. Firstly, it contextualizes the critical relationship established between Foucault and psychoanalysis. With this in mind, it then seeks to establish an operational definition of the category of power as a method, from a foucaultian point of view. From this definition, we favored the role of freedom as a fundamental condition for power relations, freedom as understood on the cure surface, on the language surface and in the relationship between subject and truth. As such, we sought to question the role of biographies and clinical cases by means of comparisson with the foulcautian concepts of archive and event . Finally, we sought to defend the crucial role of a case's singularity in the fabric of power relations inside the erudite historiography of psychoanalysis
doi:10.11606/d.47.2012.tde-13082012-104910 fatcat:qmkxqc2o5rhlbjfad6p46l7aei