Editorial INQUIETAÇÕES EM TEMAS ANTIGOS, SEMPRE ATUAIS, SOBRE SAÚDE

Paula Borges, Jacques, Querubina Bringel, Olinda
2013 unpublished
A Revista Brasileira em Promoção da Saúde (RBPS), ao longo de sua trajetória, escreve uma história de evolução, buscando melhorar a qualidade das suas informações. Esse é o objetivo de um veículo de informação científica: cumprir o seu papel de divulgação. Neste número, a RBPS atrai o leitor com assuntos focados na área da nutrição, do exercício físico, da saúde do trabalhador e das doenças transmissíveis, como a hanseníase e a tuberculose. Estas são doenças bem conhecidas na saúde pública,
more » ... do à existência, no passado, de programas verticais e ações horizontalizadas, como a implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) e, mais tarde, do Sistema Único de Saúde (SUS). Outras modificações foram realizadas no sistema de saúde pública, determinadas pela Constituição de 1988 (¹). A RBPS também traz, neste número, um artigo sobre a dengue, uma doença infecciosa, febril e aguda, com casos benignos e graves, produzida por um arbovírus do gênero Flavivirus, que, numa convivência espacial endêmica há décadas, apresentou vários anos epidêmicos no Brasil, com quatro sorotipos conhecidos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 (²). A Revista contém, ainda, artigo sobre desconforto osteomuscular, saúde nas penitenciárias, adesão do hipertenso ao tratamento e mulheres com HIV. Portanto, está bem diversificada, com conteúdos relevantes ao meio científico e atraentes aos serviços de saúde. Pinçam-se, neste editorial, dois assuntos para uma reflexão do leitor: a tuberculose e a nutrição. A tuberculose, cujo bacilo foi identificado por Robert Koch em 1882 (³) tem sido estudada há décadas no Brasil. O Ministério da Saúde adquiriu uma elogiável experiência em prevenção e controle de doenças transmissíveis. Entretanto, merece questionamento o que se fez com a longa experiência trazida pelo Programa de Prevenção e Controle da Tuberculose. Na década de 1970, houve descentralização e integração aos serviços de saúde estadual e municipal. Depois, ele foi incorporado ao Programa de Saúde da Família e aos Agentes Comunitários de Saúde. É sabido que a doença registrou, entre 2005 e 2010, somente nas capitais brasileiras, em torno de 44.864.500 casos/ano e uma taxa de incidência em torno de 59 casos por 100.000 habitantes (4). Em sua retrospectiva histórica, anterior ao SUS, a doença era trabalhada baseada na vigilância epidemiológica, com taxa de incidência calculada, percentual de cura e ações para detectar, notificar, investigar, confirmar e tratar casos, além de reduzir o abandono ao tratamento. Com isso, alcançavam-se bons resultados de cura. Havia uma ação permanente sustentada, organizada e com avaliações sistemáticas nos estados e por região. A tuberculose tem uma história vivida e aprendida na rede básica; tem um passado que deve ser visto e aprimorado, nunca esquecido, para que se possa ficar livre desse mal, não só no Brasil, mas no mundo. Há poucos anos, a Organização Mundial da Saúde, juntamente com participantes de vários países e organizações não governamentais, lançaram o movimento Stop TB (5) , o qual pretende atrair a atenção de líderes mundiais para a prevenção, o controle e a cura da doença. Seu plano global mais recente (6) apresenta meta de trabalho de 2011 a 2015. O movimento se iniciou
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