Atendimento emergencial em jaguatirica (Leopardus pardalis) politraumatizada por atropelamento: relato de caso
Letícia Caroline Gonçalves De Souza, Elaine Dione Venega da Conceição, Ygor Garcia De Oliveira, Beatriz Caroline Cipriano Ferezin
2022
Brazilian Journal of Development
Com a urbanização e a diminuição dos habitats naturais, tornou-se frequente a ocorrência de traumas provenientes de atropelamentos em animais silvestres. Objetivou-se com esse trabalho relatar o atendimento emergencial em uma jaguatirica (Leopardus pardalis) politraumatizada após atropelamento, que apresentou aborto, fratura em úmero direito e costelas, e pneumotórax. O paciente passou por contenção química para permitir avaliação e manipulação, o atendimento foi regido pelo ABC do trauma, em
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... e paciente foi entubado e monitorado por eletrocardiograma (ECG) para correção dos distúrbios ácidos -básicos compensatórios ao pneumotórax. A realização de exames complementares como radiografias, hemograma e ultrassonografia abdominal para verificar integridade de órgãos como baço, fígado e bexiga foi essencial para descartar possíveis hemorragias e rupturas proveniente do trauma. Realizou-se a imobilização do membro fraturado com uma tala e a ancoragem das costelas com suturas circuncostais fixadas à uma tala externa ao tórax, que além de dar imobilidade promoveu a redução do pneumotórax, o que possibilitou a estabilização até o dia da cirurgia. O manejo do dia inicial até a alta, foi fundamental para a ambientação e a indução de aceitação do contato e da presença de pessoas, permitindo a avaliação comportamental e a redução de estress, de modo a prevenir um quadro de imunossupressão. A cirurgia foi realizada após alguns dias, a técnica para amputação do membro torácico direito foi semelhante a utilizada para pequenos animais, o paciente apresentou recuperação suave da anestesia. Devido ao manejo pré cirúrgico já instituído, os cuidados pós operatórios desenvolveu-se de forma fácil, com redução do stress, permitindo a aproximação e a contenção física sem necessidade de realizar sedação. Após os procedimentos o paciente apresentou significativa melhora e adaptação, sendo encaminhado para recinto em cativeiro. Conclui-se que o atendimento emergencial empregado foi eficiente, a abordagem primária seguindo o protocolo do ABCD do trauma foi eficaz, e o monitoramento e a realização de exames complementares foram pontos diferenciais na abordagem do paciente, oque resultou no sucesso do procedimento.
doi:10.34188/bjaerv5n4-012
fatcat:lii2qtt57jhdrpohwgjnasj2xm