Cobertura e fatores associados à não realização do exame preventivo de Papanicolaou em São Luís, Maranhão

Márcia Maria Hiluy Nicolau de Oliveira, Antônio Augusto Moura da Silva, Luciane Maria Oliveira Brito, Liberata Campos Coimbra
2006 Revista Brasileira de Epidemiologia  
Com o objetivo de estimar a cobertura, a periodicidade, e identificar fatores associados à não realização do exame preventivo de Papanicolau, 465 mulheres de 25 a 49 anos residentes no município de São Luís foram entrevistadas em 1998. Foi realizado inquérito domiciliar pelo método de amostragem por conglomerados em três estágios. Na análise estatística foram calculados intervalos de confiança de 95% corrigidos pelo desenho do estudo, e os "odds ratio" brutos e ajustados por regressão
more » ... A cobertura do Papanicolaou pelo menos uma vez na vida foi de 82,4% (Intervalo de Confiança 95%, 76,6 - 87,0%), praticamente atingindo a cobertura mínima necessária de 85% para causar impacto epidemiológico na incidência e mortalidade por câncer cérvico-uterino. O intervalo entre a realização dos exames foi curto, pois 65,8% das mulheres repetiram o exame com até um ano. Após o ajuste para fatores de confundimento foram associados à não realização do Papanicolaou: não ter companheiro, ter cinco a oito anos de escolaridade, não ter realizado consulta médica nos três últimos meses e morar em domicílio cujo chefe de família tem ocupação manual não especializada. Ter tido de dois a quatro parceiros sexuais nos três últimos meses foi associado a menor risco de não realização do preventivo. Em capital do Nordeste, a cobertura do exame preventivo de Papanicolaou foi semelhante à relatada em outros estudos nacionais. Entretanto, algumas mulheres realizaram citologias desnecessárias a intervalos curtos, implicando em desperdício de recursos e dificultando o acesso aos grupos mais vulneráveis que apresentaram maiores riscos de não testagem.
doi:10.1590/s1415-790x2006000300007 fatcat:lvqgb7n3i5dljkhg2z3w7k6rxu