PREFÁCIO Em seu ensaio Currículo e Autopoiése, Maria Zuleide da Costa nos convida a rever as dimensões que envolvem o currículo, enquanto planejamento e orientação do ensino para que se ponha a serviço de uma aprendizagem a serviço da vida e do protagonismo do educando. Não por acaso, serve-se das investigações desenvolvidas por Humberto Matura e Francisco Varela acerca da biologia do conhecimento, com destaque para as implicações teóricas e práticas que dizem respeito à autopoiése. Neste campo

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... teórico não há lugar para a passividade do ser vivo; ou criamos condições para a autoprodução de nossas estruturas internas e de nossas capacidades organizativas, ou então sucumbimos. Para Maturana e Varela a conseqüência desta forma de compreensão é a de que viver e conhecer são indissociáveis. Então, o conhecimento se reencontra com a noção originária de co-nascimento, isso acontece quando quando um repertório humano que colocamos a mão para agir se depara com um mundo exterior. Sabemos do mundo exterior quando operamos nele, desse modo o ato de conhecer é um ato de autocriação continua. A partir do referencial teórico e prático da biologia do conhecimento, Zuleide Costa convida o leitor a examinar as possibilidades de um currículo autopoiético. Para isso é necessário rever a compreensão de regulação e de autonomia que envolve o currículo. A regulação deixaria de ser um mecanismo externo de controle e avaliação de políticas e práticas curriculares. A regulação ganharia densidade ao dar coordenação às multifacetadas expressões 1 Professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba, membro do GT de Educação Popular, da ANPED.