Numa estação de trem, as enfermeiras A grandes penas com a água da torneira, seus véus, véus num convento, Tocam os seus feridos, Os homens, o sangue que ainda flui Pernas e braços empilhados lá fora A tenda dos gritos sem fim -Um hospital de bonecas. (PLATH, Sylvia, "Chegando Lá", Ariel ,1965, tradução minha) Resumo: O ano de 2014 marca o centenário de eclosão da Primeira Guerra Mundial e, das várias possibilidades de releituras contemporâneas desse evento, destaca-se o romance Regeneration

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... 91), da escritora inglesa Pat Barker. A narrativa ficcionaliza as conversas que teriam acontecido entre três poetas de guerra ingleses (Wilfred Owen, Siegfried Sassoon e Robert Graves) durante a estada dos mesmos no Hospital Craiglockart's -um hospital de guerra para tratamento psiquiátrico de oficiais do exército britânico, localizado na Escócia. Enfoque especial é dado para uma suposta relação entre Owen e Sassoon. Este artigo aborda, de maneira mais enfática, como os papéis tradicionais de gênero são renegociados na metaficção de Pat Barker. No hiato entre dois extremos, a história é regenerada: os homens expõem sua fragilidade, as mulheres trabalhadoras conquistam direitos iguais aos dos homens e a roda dinâmica da história parece engendrar uma evolução em rumo a novos caminhos para a humanidade. Palavras-chave: Escrita biográfica, Ficção inglesa contemporânea, Escrita feminina da Primeira Guerra Mundial, Estudos de gênero, Teoria do trauma. Abstract: 2014 will mark one hundred years since the outbreak of the First World War. Among several contemporary re-readings of such event, Pat Barker's novel Regeneration (1991) emerges as a remarkable contemporary example. The novel fictionalizes the conversations held by three war poets who wrote and fought in the First World War (Wilfred Owen, Siegfried Sassoon, and Robert Graves) during their stay at Craiglockart's Hospital -a war hospital for the treatment of shellshocked officers, in Scotland. Special emphasis is given to an assumed relationship between Owen and Sassoon. The article addresses, more emphatically, how traditional male and female roles are renegotiated in Barker's metafiction. In the gap between two extremes, history is regenerated: men disclose their frailty, women workers gain equal rights as men's, and history's dynamics generates an evolution towards new directions for humankind.