SUBALTERNIDADE, MARGINALIZAÇÃO E POLITIZAÇÃO: A LITERATURA INDÍGENA BRASILEIRA COMO CRÍTICA DA MODERNIDADE
Leno Francisco Danner, Julie Dorrico, Fernando Danner
2020
LABIRINTO
RESUMO Argumentaremos que a literatura indígena brasileira caracteriza-se como crítica da modernidade-modernização periférica brasileira a partir da dinamização de uma voz-práxis direta, política e politizante, carnal e vinculada, em que minorias político-culturais produzidas pela modernização como colonialismo superam o silenciamento, a invisibilização e o privatismo aos quais estiveram tradicionalmente relegadas, por meio de uma postura ativista, militante e engajada na esfera pública. Na
more »
... ratura indígena brasileira, por conseguinte, emerge, se desenvolve e se publiciza um eu-nós lírico-político que tem na correlação de (a) revalorização de sua singularidade étnico-antropológica e (b) explicitação da sua história comunitária em termos de relato da marginalização e da violência vividas e sofridas o aguilhão críticoemancipatório garantidor da politização de nossa sociedade, da tematização UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CENTRO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDO E PESQUISA DO IMAGINÁRIO SOCIAL REVISTA LABIRINTO 349 dos efeitos deletérios de nossa modernização e do repensar de nosso futuro. Tratase, com isso, de uma voz-práxis direta viabilizada como manifestação estéticoliterária, sem mediações institucionalistas, cientificistas e tecnicistas, aberta, inclusiva e participativa. Palavras-chave: Literatura Indígena; Subalternidade; Tradição; Crítica da Modernidade; Politização. SUBALTERNITY, MARGINALIZATION AND POLITICIZATION: BRAZILIAN INDIAN LITERATURE AS CRITICISM OF MODERNITY ABSTRACT We will argue that Brazilian Indian literature is characterized as criticism of Brazilian peripheral modernity-modernization, by means of the streamlining of a direct, political and politicizing, carnal and linked voice-praxis, in which politicalcultural minorities produced by modernization as colonialism overcome the silencing, invisibilization and privatism imposed traditionally to them since an activist, militant and engaged posture in the public sphere. Therefore, in the Brazilian Indian literature emerges, is developed and is publicized a lyricalpolitical I-We that has in the correlation of (a) revalorization of his/her ethnicalanthropological singularity and (b) explicitation of his/her communitarian history in terms of telling of marginalization and violence lived and suffered the criticalemancipatory sting of politicization of our society, of thematization of worst effects of our modernization, and of rethinking of our future. It is, then, a direct voice-praxis allowed as aesthetical-literary manifestation, with no institutionalist, scientist and technicist mediations, open, inclusive and participative.
doi:10.47209/1519-6674.v32.n.1.p.348-377
fatcat:7suepg4wkvganhx6fb2zjl7pvq