ESTA COLETÂNEA DE TEXTOS aborda, com grande pertinência e atualidade, os medos em relação aos espaços públicos, às lendas urbanas, à "vaca louca", aos riscos que o desenvolvimento da biotecnologia impõem à humanidade de amanhã. Os textos foram recolhidos, principalmente, de conferências públicas ministradas no Centro Universitário de Formação e de Pesquisa de Nîmes, organizadas pela associação Encontros Universitários de Vauban. Na introdução, "Riscos, medos coletivos e sociedade", Emmanuel

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... ze esboça um panorama global e atual de noções e definições, sob diferentes perspectivas disciplinares, de medos e riscos, o que permite a análise e a compreensão das diferentes abordagens que integram as oito contribuições da obra. Coloca-se então de imediato dentro de uma perspectiva pluridisciplinar, já que as análises que constituem o livro vão da história à sociologia e à antropologia, passando pela bioquímica, pela hidrologia e pela psicanálise. O empenho está à altura do desafio lançado ao século XXI tal como este é lembrado por Edgar Morin, em seu livro Relier les connaissances. Le défi du XXI e siècle (Paris: Seuil, 1999). A primeira parte da coletânea é consagrada aos medos apresentados na introdução sob diferentes formas e centrados sobre o medo fundamental, que é aquele da morte: o pavor. O pânico constitui-se então como uma variante. Trata-se de um fenômeno caracterizado geralmente por seu efeito instantâneo e sua influência sobre um pequeno número de indivíduos. Ele é compreendido através de um processo de desintegração da massa e de medo extremo, enquanto o medo, em si, é entendido como algo que permite um certo grau de intelectualização e mesmo de denegação. É também preciso levar em conta os medos coletivos, que requerem uma compreensão mais elaborada. Finalmente, o autor sublinha com pertinência esta constante em todo