DA DINÂMICA DO CAPITAL À SUBORDINAÇÃO DA ECONOMIA GAÜCHA
Fee Ensaios, Porto Alegre
1983
unpublished
Ura dos méritos de A produção gaúcha na economia nacional' é o de permitir uma discussão sobre dois pontos teóricos que se situam em planos diferentes. O pri-meiro abrange a visão e a concepção do sistema caphahsta e o segimdo, a compreen-são e a defmição da economia gaúcha. A resposta daquele condiciona este e tem uma importância interpretativa nítida, já que a anáhse da empiricidade dos fatos econômicos regionais depende da posição geral adotada. Antes de mais nada, a questão referente ao
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... ema tem um grau de abstração que possibihta o acesso ao entendimento de qualquer economia capitahsta. Enquan-to a outra, mais próxima do concreto, emerge da relação da teoria com a realidade, celebrando a prioridade do real sobre o pensamento econômico. E é aí, neste vai-vém entre o teórico e o empírico, que se prova a correção do teórico. Os jogos são ganhos neste campo. O problema mais grave do trabaUio em exame está na sua concepção do capi-talismo, pensado como um processo de concorrência intercapitalista, onde a econo-mia é a soma dos setores. Os capitais xmificados pela intensa luta intra e intersetorial são considerados no tempo e no espaço, disputando avidamente o sobrelucro-po-tência da acumulação e da expansão. O acento analítico recai, portanto, no concei-to de processo. E tanto engloba a interação das unidades econômicas quanto mate-rializa os princípios e as leis do capitalismo (lei de acumulação, lei de aumento da produtividade do trabalho, lei da concentração de capitais, lei do padrão cíchco de flutuação da atividade econômica).^ Estas leis dão origem a movimentos fundamen-tais e brotam como efeitos das relações de produção, fonte das três contradições básicas do capitalismo ("a relação social trabaUiadores-capitahstas", "a relação entre * Economista da FEE, Professor da UNISINOS, ' FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA, Proposta teórica e análise da indústria. In: A produção gaúcha na economia nacional: uma análise da concorrência inter-capitalista. Porto Alegre, 1983. t. I. ^ Curiosamente, dada a vertente ortodoxa do trabalho, não são citadas nem a lei da perequa-ção da taxa de lucro-embora u.sada-nem a lei de tendência da taxa declinante de lucro.
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