CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES PORTADORES DE HANSENÍASE NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2006 ATÉ DEZEMBRO DE 2011 DO CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL EM HANSENÍASE DO AMBULATÓRIO DE DERMATOLOGIA SANITÁRIA DE PORTO ALEGRE-RS
P Moraes
unpublished
INTRODUÇÃO: A hanseníase constitui um problema de saúde pública no Brasil. É uma doença infecciosa, crônica e possui um alto poder incapacitante. No Rio Grande do Sul, onde a endemia está controlada, a doença permanece sendo fonte de incapacidades e sequelas principalmente na faixa economicamente ativa. É necessário o mapeamento das características epidemiológicas e clínicas de seus pacientes para elaborar estratégias que assistam essa faixa etária, com o objetivo de manutenção das atividades
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... odutivas e sociais as quais essa classe necessita. OBJETIVOS: Caracterizar clínica e epidemiologicamente os pacientes em tratamento poliquimioterápico (PQT) e/ou substitutivos no período de 5 anos em atendimento no serviço. METODOLOGIA: Estudo longitudinal retrospectivo. Os dados referem-se ao período de janeiro/2006 a dezembro/2011 e foram coletados nos prontuários dos pacientes, atendidos no Ambulatório de Dermatologia Sanitária de Porto Alegre (ADS)-RS, utilizando fichas do SINAN (Sistema de Informação e Agravos de Notificação). RESULTADOS: A amostra foi constituída por 174 pacientes, sendo 96 (55,2%) mulheres, 142 (81,6%) eram da raça branca, com média de idade de 46,8 anos, 123 (70,7%) estavam na faixa etária entre 21 e 59 anos e 85 (51,1%) eram procedentes da capital e região metropolitana. Destes 125 (71,8%) apresentavam a forma clínica dimorfa, 162 (93,1%) foram classificados como multibacilares, 6 (3,4%) iniciaram tratamento substitutivos e 167 (96%) não apresentaram surto reacional no momento do diagnóstico. Quanto ao grau de incapacidade físicas, 74 (42%) já tinham o grau I e 15 (8,6%) o grau II. CONCLUSÕES: Um dos dados relevantes foi a quantidade de pacientes com idade entre 21 e 59 anos 123 (70,7%), o que nos remete para um olhar mais integral devido as necessidades que essa faixa etária apresenta. Devemos considerar a importância socioeconômica desse grupo para elaboração de ações onde o acesso ao tratamento não tenha interferência negativas em suas atividades laborativas. O predomínio de formas multibacilares ao longo do tempo e do grau de incapacidade I e II mostra a necessidade de ações visando o diagnóstico precoce e a prevenção de incapacidades físicas. Observamos a necessidade de descentralizar o diagnóstico e tratamento, promovendo assim um cuidado mais próximo do território de vida dos pacientes. Palavras chaves: hanseníase, epidemiologia, saúde pública.
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