FAMÍLIA E REGIÃO

Ricardo Luiz, Pedrosa Alves
Terra roxa e outras terras-Revista de Estudos Literários   unpublished
RESUMO: Este artigo investiga particularmente a representação ficcional de famílias em contos regio-nalistas de Afonso Arinos, Hugo Carvalho Ramos e Valdomiro Silveira. PALAVRAS-CHAVE: contos regionalistas; família rural; modernidade. As obras de estréia de alguns autores brasileiros sintetizam o que se chamou de conto regionalista: Pelo Sertão (1898), de Afonso Arinos, Tropas e Boiadas (1917), de Hugo Carvalho Ramos e Os Caboclos (1920), de Valdomiro Silveira. A lista é convencio-nal e poderia
more » ... incluir outros autores, como o Coelho Netto de Sertão (1896), o Simões Lopes Neto dos Contos Gauchescos (1912), ou o Monteiro Lobato de Urupês (1918), entre outros. As datas de publicação não refletem a fatura dos contos, havendo inclusive uma disputa entre Silveira e Arinos quanto ao pioneirismo na abordagem re-gionalista. Os dois autores publicaram alguns de seus contos já a partir de 1894. A dis-cussão é obviamente estéril, pois o conto regionalista já se fazia presente em nomes como Lúcio de Mendonça, com alguns contos "rústicos" em Esboços e Perfis (1889), e mesmo no Taunay de Histórias Brasileiras (1874). Significativa, porém, é a condição de que os contistas do nosso "corpus" tenham sido considerados "legitimamente" regionalistas, o que lhes garante um valor estético na representação daquela matéria específica. A procedência regional é variada, abrangendo de Minas Gerais e Goiás a São Paulo e Rio Grande do Sul, e foi a ênfase na ficcionalização dos referentes locais, de cunho rural, o que usualmente serviu de orientação à conformação desses autores num mesmo rótulo e programa. Deve-se levar em conta, também, que na sistematização daquele rótulo observou-se sempre a diferença em relação ao contexto de cosmo-politismo e "parisismo" que tomava a literatura brasileira de então, descontadas as
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