O que é e o que não é um livro: materialidades e processos editoriais

Ana Elisa Ferreira Ribeiro
2012 Fórum Linguístico  
RESUMO: Neste trabalho, propõe-se uma discussão sobre os e-books como produto marcado, não apenas por um enquadramento discursivo ou por um formato, mas também por um processo editorial ao menos parcialmente diferenciado do livro impresso. Além disso, conceitos como o de suporte e o de prática de leitura ajudam a tratar aspectos do modo de ler que estão em evidência quando se fala em livros e em e-books. Os dispositivos de leitura e a experiência do leitor parecem ter papel fundamental na
more » ... ição de um processo editorial para livros eletrônicos. Questiona-se aqui se, sendo os processos editoriais de livro impresso e e-book em parte diferenciados, além de terem e propiciarem formato e experiências bastante diferentes, caberia considerar o livro apenas como metáfora do novo produto editorial produzido para ser lido em novos dispositivos. Se os gêneros de texto inscritos são os mesmos, os objetos não o são, cabendo afirmar que o que caracteriza um livro não são, necessariamente, os gêneros que se publicam nele, mas outros elementos de sua caracterização. Embasam este trabalho as discussões de sobre processos de edição. As discussões sobre suporte estão baseadas no trabalho de Távora (2008). PALAVRAS-CHAVE: processo de edição; livros; e-books; produção editorial. RESUMEN: En este trabajo, se propone una discusión sobre los e-books como producto marcado, no sólo por un marco discursivo o por un formato, sino también por un proceso editorial al menos parcialmente diferenciado del libro impreso. Además, conceptos como el de soporte y el de práctica de lectura ayudan a tratar aspectos del modo de leer que están en evidencia cuando se habla en libros y en e-books. Los dispositivos de lectura y la experiencia del lector parecen tener un papel fundamental en la proposición de un proceso editorial para libros electrónicos. Se pregunta, aquí, si, siendo los procesos editoriales de libro impreso y e-book en parte diferenciados, además de que esos procesos tienen y propician formato y experiencias bastante diferentes, ¿cabría considerar al libro tan solo como una metáfora del nuevo producto editorial producido para ser leído en nuevos dispositivos? Si los géneros de texto inscritos son los mismos, los objetos no lo son, cabiendo afirmar que lo que caracteriza un libro no son, necesariamente, los géneros que se publican en él, sino otros elementos de su caracterización. La base de este trabajo son las discusiones de Eco y Carriere sobre procesos de edición. Las discusiones sobre soporte están baseadas en el trabajo de Távora (2008). PALABRAS-CLAVE: proceso de edición; libros; e-books; producción editorial. ABSTRACT: In this paper, we propose a discussion on e-books as a marked product, not just as a discursive framework or because its format, but also by an editorial process at least partially distinct from the printed book. Moreover, the concepts of material formats and reading practices help to deal with aspects of reading modes that are in evidence when books and e-books are referred. Devices for reading and reader's experience seem to have a key role in proposing a process for publishing electronic books. It is argued here that, since the editorial processes of the printed book and eBook are partly differentiated, besides offering different size and experience, the book could be considered simply as a metaphor of the new editorial product produced to be read in new devices. If the entered text genres are the same, the objects are not, and thus it can be said that those genres that are published in a book not necessarily characterize it, but other elements of its characterization. The arguments posed here are based on discussions on editing processes (
doi:10.5007/1984-8412.2012v9n4p333 fatcat:szxcijscqvb4dlh4filw5etrmu