Kit comercial de ELISA® para a detecção de coproantígenos e exame coproparasitológico em bovinos com fígados condenados por fasciolose

Cíntia das Chagas Bernardo, Barbara Rauta de Avelar, Mariana Drummond Costa Ignacchiti, Isabella Vilhena Freire Martins, Maria Julia Salim Pereira
2012 Ciência Rural  
Objetivou-se com o presente estudo comparar um kit comercial de ELISA para a detecção de coproantígenos e um exame coproparasitológico de sedimentação utilizando-se como padrão ouro o diagnóstico da inspeção de fígados bovinos ao abate. Além disso, avaliou-se a correlação entre a intensidade parasitária mensurada pela contagem de ovos nas fezes e a de parasitos ao abate. Foram coletadas as fezes e avaliados macroscopicamente os fígados de 81 bovinos, dos quais 45 tiveram os fígados condenados
more » ... r fasciolose hepática ao abate, nos quais se realizou a contagem dos parasitos. Duas frações de cada amostra de fezes coletadas foram separadas e uma delas foi armazenada em congelador para posterior realização do ELISA e a outra processada segundo uma técnica de sedimentação fecal para diagnóstico de ovos de Fasciola hepatica. O coeficiente de correlação de Spearman e o qui-quadrado de McNemar foram utilizados, adotando-se o nível de significância de 5%. Em oito fígados bovinos condenados por apresentarem lesões características de fasciolose, não foram encontrados exemplares do parasito. O exame coproparasitológico e o ELISA para detecção de coproantígenos, respectivamente, apresentaram sensibilidade de 51,11% e 75,55%, especificidade de 100% e 91,66%, valor preditivivo positivo de 100% e 91,89%, valor preditivo negativo de 62% e 75% e kappa de 0,48 e 0,65. Os resultados obtidos pelo kit ELISA comercial não diferiram (P=0,06) dos obtidos ao abate, mas o exame coproparasitológico diferiu (P<0,0001) do abate na detecção de animais positivos. A correlação entre o número de parasitos no fígado e o número de ovos nas fezes é moderada (rs=0,5757, P<0,0001). O kit ELISA comercial foi mais sensível do que o exame coproparasitológico, embora este não deva ser descartado devido a sua eficiência.
doi:10.1590/s0103-84782012001100018 fatcat:mc63hetw5vbxth7afl2yrezcei