O corpo Várzea do Macaco e as mineralizações de cromo, níquel e cobre, Complexo Máfico-ultramáfico Jacurici, Cráton São Francisco, Bahia
João Rodrigo Vargas Pilla Dias, Juliana Charão Marques, Waldemir José Alves de Queiroz, José Carlos Frantz, Ronei Giusti
2014
Brazilian Journal of Geology
RESUMO: O Complexo Máfico-ultramáfico Jacurici, localizado na porção nordeste do Cráton São Francisco, é formado por diversas intrusões estratificadas orientadas N-S e hospeda o maior depósito de cromita do Brasil. O corpo Várzea do Macaco ocorre na parte norte e também hospeda uma mineralização de Cu-Ni sulfetada. Este estudo descreve esse corpo e as mineralizações, e os compara com intrusões mais ao sul (Ipueira-Medrado), onde uma evolução petrológica já foi estabelecida previamente. O corpo
more »
... árzea do Macaco está invertido estratigraficamente e desmembrado em cinco blocos, deslocados lateralmente por falhas. É constituído por dunito, lherzolito, ol-websterito, cromitito e gabronorito com intensidades variáveis de serpentinização. O minério sulfetado (Po ± Pn ± Cpy) está concentrado nas proximidades da espessa camada de cromitito e ocorre como: primário magmático com sulfetos intersticiais associados à olivina e ao piroxênio; e mineralização remobilizada, com sulfetos associados a veios e lentes metassomatizadas que interceptam a estratificação primária. O intervalo onde a mineralização magmática ocorre é caracterizado pela presença de anfibólio magmático que possivelmente favoreceu as transformações metamórficas e metassomáticas, mais intensas nesse intervalo. Nos sulfetos remobilizados, a calcopirita é mais abundante, evidenciando um aumento na razão Cu/Ni. O corpo Várzea do Macaco pode ser subdividido em uma Zona Ultramáfica e uma Zona Máfica, as mesmas propostas para Ipueira-Medrado. Comparativamente, o corpo Várzea do Macaco é enriquecido em clinopiroxênio. Possivelmente ambos os corpos pertencemao mesmo sistema intrusivo, caracterizado por magma primitivo rico em Mg e Ni. Contaminação crustal é considerada como gatilho para a formação da mineralização de cromita. Em Várzea do Macaco se atingiu a saturação de enxofre. PALAVRAS-CHAVE: metalogênese; petrografia; sulfeto. ABSTRACT: The Jacurici Mafic-ultramafic Complex, located in the northeastern portion of the São Francisco craton, consists of several N-S oriented layered bodies that host the largest chromite deposit in Brazil. The Várzea do Macaco body is at the northern part and also host a Ni-Cu sulfide mineralization. This study describes this body and its mineralization and compare with the southern intrusions (Ipueira-Medrado) where a petrological evolution was previous established. The Várzea do Macaco is stratigraphically inverted and disrupted in five blocks, laterally dislocated by late faults. It is constituted by dunite, lherzolite, ol-webesterite, chromitite and gabbronorite with variable serpentinization. The sulfide ore (Po ± Pn ± Cpy) is concentrated close to the main thick chromitite layer and occurs as: primary magmatic with interstitial sulfides associated with olivine and pyroxene; and as a remobilized ore, with sulfides associated to metasomatic veinlets or lenses that crosscut the primary layering. The interval where magmatic ores occur is characterized by the presence of magmatic amphibole that possible favoured late metamorphism and metasomatism transformation, stronger in this interval. The remobilized sulfide is enriched in chalcopyrite showing an increase in the Cu/Ni ratio. Comparing to Ipueira-Medrado, the Várzea do Macaco is enriched in clinopyroxene, but it can be subdivided in the same Ultramafic and Mafic zones. Possibly, both bodies are part of a single intrusive system characterized by a primitive magma with high Mg and Ni contents. The chromite mineralization is considered to be triggered by crustal contamination. At Várzea do Macaco, sulfur saturation was reached.
doi:10.5327/z2317-4889201400020009
fatcat:2sgmonk4ufbijhnr7iuhjx7fna