encontro etnográfico e a domesticação em um assentamento de reforma agrária

Larissa Mattos da Fonseca
2019 Novos Debates  
perpetuação do ofício agrícola por mãos camponesas é um dos aspectos fundantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No entanto, as práticas agrícolas, quando foco de análise, são reduzidas a aspectos utilitários sociais como os jargões populares "a terra é para quem planta", "plantar para comer", e o jargão acadêmico da subsistência, que apesar de válidos podem limitar nossa compreensão sobre a agriculturaaqui entendida enquanto a relação entre humanos e plantas -e sobre suas
more » ... onsequências, as transformações nos coletivos sociais e nas paisagens assentadas. Com o propósito de esboçar outras perspectivas sobre o fazer agrícola, descrevo a seguir alguns dos deslocamentos emergentes em minha relação etnográfica com o assentamento de reforma agrária 12 de Julho, localizado em Canguçu, Serra dos Tapes, paisagem acidentada do extremo sul do Rio Grande do Sul e localmente intitulada de "cordilheira". 1 As relações entre as mulheres e as plantas do 12 de Julho são o foco de análise da monografia "Assentar gente e semente" (Mattos da Fonseca 2019), pesquisa contínua em meu atual mestrado. A relação etnográfica resultante dessa pesquisa, ou seja, a convergência entre o engajamento de pesquisa em práticas agrícolas e a perspectiva de uma antropologia da técnica permite que a domesticação seja compreendida enquanto ferramenta analítica do mundo rural. Portanto, discorro sobre o conceito de domesticação enquanto emergência de encontros
doi:10.48006/2358-0097-5208 fatcat:duzdshrvkjawrjtuwlwxgc3vxy