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2005
Educação & Sociedade
EDITORIAL presente edição de Educação & Sociedade traz o dossiê "Entre Deleuze e a educação", organizado por Tomaz Tadeu e Walter Kohan. O conjunto de artigos procura, por diferentes caminhos e partindo de diferentes perspectivas, aproximar a obra deste filósofo contemporâneo francês das temáticas educacionais, ou então explicitar contrapontos entre esses dois campos. O dossiê é uma compilação de textos apresentados no II Colóquio Franco-Brasileiro de Filosofia da Educação -"O devir-mestre:
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... e Deleuze e a educação", que aconteceu na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 18 e 19 de novembro de 2004. O evento contou com a participação de pesquisadores do Brasil e do exterior, em especial da França, alguns dos principais estudiosos da produção de Gilles Deleuze, em sua interlocução -ou não -com o campo da educação. Gilles Deleuze (1925-1995) foi um dos importantes filósofos franceses do século XX. Da geração inspirada por Nietzsche, como também o foi Michel Foucault, escreveu dois livros sobre o filósofo alemão, além de estudos sobre Hume, Kant, Bérgson e Espinosa. No final dos anos de 1960, encontrou-se com o psicanalista e ativista dos movimentos sociais Félix Guattari, com quem escreveu O anti-Édipo -capitalismo e esquizofrenia (1972); Kafka -por uma literatura menor (1975); Capitalismo e esquizofrenia -mil Platôs (1980) e O que é a filosofia? (1991). Tais obras, escritas a partir do calor do movimento de maio de 1968 e por ele inspiradas, influenciaram toda uma geração, com uma nova leitura da política e dos movimentos sociais, colocando-se para além do marxismo e da psicanálise, mas também para além do estruturalismo. A obra de Deleuze, assim como sua produção conjunta com Guattari, já foi classificada como pós-estruturalista, mas, para além de qualquer classificação teórica, o que importa são os efeitos que ela produziu e tem produzido no pensamento contemporâneo. E são esses efeitos para o campo da educação que os textos presentes neste dossiê examinam, em diferentes perspectivas. É sabido que Deleuze nada escreveu sobre educação, que não foi um filósofo da educação. Os organizadores deste dossiê apostam nas possi-
doi:10.1590/s0101-73302005000400001
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