Ulcera da polpa do halux Ulcers on thep urp a of the halux

Frank Duerksen, Prof
unpublished
ma das úlceras mais difíceis de tratar é a úlcera da polpa do halux ou a úlcera na prega de flexão da articulação interfalangiana do halux. É conseqüência do dedo em garra do halux por falta dos intrínsecos. O flexor longo flexiona a articulação interfalangiana do halux e produz hiperextensão da articulação metatarso-falangiana criando dessa maneira área de hiperpressão na polpa do halux e também na cabeça do metatarsiano. No movimento de andar, na impulsão, o halux normalmente fica em extensão
more » ... e distribui o peso corporal em todo o antepé, incluindo o dedo. Com a ausência dos intrínsecos o halux entra em flexão e cria uma força de fricção com o sapato, o solo, na polpa ou na borda medial do halux. É uma situação freqüente séria difícil de tratar. A correção com órteses e palmilhas dá resultados excelentes para os dedos, mas o halux é difícil de corrigir. Então a solução definitiva é cirúrgica. A técnica "standard" usada há muitos anos é a suspensão de Jones. Esta consiste em uma artrodese interfalangiana do halux e a secção do extensor longo do halux na falange distal, passando-o por um orifício feito no colo do metatarsiano de modo que o extensor do halux eleva e tira a pressão da cabeça do metatarsiano e a artrodese interfalangiana não permite a flexão do halux mantendo a posição em extensão no andar. Em hanseníase essa técnica é usada rotineiramente. Em nossa experiência tivemos vários casos de fratura do colo do metatarsiano e só 50% de artrodeses é efetiva com formação de pseudo-artrose e falha na extensão do halux. A primeira modificação que fizemos foi suspender o extensor do halux no ligamento medial colateral da articulação metatarso-falangiana,mas isso causou desvio em supinação do halux em alguns casos, que atrapalhava a marcha e criava pontos de pressão que davam origem a ulcerações. A última modificação que fizemos, há 10 anos, foi fixar o extensor longo do halux em continuidade no dorso da cabeça do metatarsiano amarrando-o com duas suturas passadas por pequenos orifícios no osso. Dessa maneira o extensor do halux fica como extensor do metatarsiano e a porção distal do extensor próprio do halux atua como tenodese no dorso do halux não permitindo a flexão interfalangiana quando o flexor longo do halux faz força para a impulsão a tenodese mantém o halux em extensão e as forças são divididas em uma área m u i t o m a i o r d o q u e q u a n d o h á u m a f l e x ã o interfalangiana. Os resultados tem sido satisfatórios na maioria dos casos. Não temos um seguimento de casos porque perdemos o contato com a maioria de nossos pacientes que em geral vivem em estados muito distantes. Mas temos feito mais de 30 cirurgias desse tipo em pacientes h an s en i an o s , c er c a d e 1 0 e m d i a b ét i c o s e 4 em espásticos. Os resultados em curto prazo em pacientes hansenianos em geral são muito bons, como também nos diabéticos. Com relação aos espásticos, 3 tiveram que ser reoperados porque as fitas se soltaram pela força dos músculos espásticos, mas no fim se conseguiu limitar a espasticidade do halux. Outra indicação para essa técnica seria para pacientes diabéticos ou hansenianos com perda do flexor longo do halux por úlc era na cabeça do metatarsiano. Nesse caso o halux fica em extensão e é difícil para esses pacientes calçar o sapato. Se o problema f o r d e l o n g a d u r a ç ã o h á n e c e s s i d a d e d e u m a capsulotomia dorsal, mas a tenodese não permite a hiperextensão metatarso-falangiana. O halux fica só com movimentação passiva e se adapta à posição do pé. Hansen Int., 27(1): 35-36, 2002 35 U INOVAÇÕES EM TÉCNICAS CIRÚRGICAS NA HANSENÍASE DUERKSEN , F. Úlcera da polpa do halux.
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