Qual Deve Ser o Papel do Farmacêutico Clínico no Serviço de Urgência? A Perspetiva do Médico

Claudia Gama Elias
2018
O objectivo deste estudo foi encontrar um consenso relativamente às funções do farmacêutico clinico mais valorizadas pelos médicos de uma unidade de internamento de curta duração de um Serviço de Urgência. O estudo foi realizado no Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, E.P.E que serve 700 000 habitantes do concelho Amadora e Sintra. A uma equipa fixa de 13 clínicos aplicou-se, usando a técnica de Delphi, um questionário que avaliava as intervenções do Farmacêutico em dois momentos: intervenções
more » ... etalhadas durante a admissão, internamento e alta do doente e apreciação geral do seu trabalho no serviço de Urgência. O questionário foi aplicado 3 vezes e cada perito valorizou a intervenção do farmacêutico de acordo com uma escala qualitativa de Likert. O consenso foi atingido em Abril/Maio de 2017. Da aplicação do questionário obtiveram-se 21 indicadores com consenso, 12 relacionados com o momento da admissão e internamento e os restantes com a apreciação geral do trabalho do Farmacêutico. Os peritos valorizaram indicadores relativos à identificação de reacções adversas, de problemas com medicamentos de alto risco, de padrões incorrectos de prescrição, de problemas na distribuição do medicamento correcto e à necessidade de discussão de todos os problemas encontrados com o clínico. Algumas intervenções consideradas muito importantes do ponto de vista farmacêutico não foram valorizadas pelos clínicos como a reconciliação da terapêutica, a monitorização de parâmetros clínicos, a validação farmacêutica de antibióticos e a promoção da adesão à terapêutica. Os clínicos consensualmente referem que o Farmacêutico tem um impacto positivo nos resultados clínicos do doente e aumenta a eficiência, segurança e efectividade do medicamento, antecipando problemas. O Farmacêutico Clínico do Serviço de Urgência tem um papel importante e é reconhecido dentro da sua equipa como um elemento que acrescenta valor à prática clínica.
doi:10.25756/rpf.v10i1.170 fatcat:73zw57kykncphppvjtdrzvadba