Variação temporal das assembleias de drosofilídeos (Diptera, Drosophilidae) na reserva ecológica do IBGE [thesis]

Bárbara Ferreira Dobbin Leão
Aquele que quer aprender a voar um dia precisa primeiro aprender a ficar de pé, caminhar,correr,escalar e dançar; ninguém consegue voar só aprendendo voo". Friedrich Nietzsche Dedicado à minha família, principalmente a minha mãe (in memoriam), Lucia Dobbin. i Agradecimentos Gostaria de começar agradecendo a meu núcleo familiar representado nas figuras do meu pai Eduardo, que contribuiu para a formação do meu caráter; do meu irmão Albert (Titi), um homem generoso, de alma pura, de coração
more » ... , sensível e sensato e sempre disposto a ofertar uma palavra de conforto; do meu saudoso irmão Daniel, meu carrapatinho quando criança; e especialmente da minha mãe Lucia, uma pessoa de sorriso fácil, alegre e literalmente iluminada. Mãe, nunca um nome representou tão bem uma pessoa. O seu significa luz e esta luz nunca irá se apagar na memória daqueles que tiveram o privilégio de conviver contigo. A meu ex-marido e melhor amigo Robson Leão. Você me ensinou muito. Tivemos muitos anos bons juntos, com vários cachorros a nossa volta que nos deram alegrias imensuráveis. Ayla, Blink, Conan, Gaia, Lua, Nero, Piro, Rhane, Tuly, de todos os nossos "cãopanheiros", nenhum restou, mas eles sempre estarão vivos nas memórias desta nossa época. Obrigada, inclusive pela tabulação de minhas tabelas, tornando-as inteligentes (dinâmicas), poupando-me trabalho. Às pessoas da minha família, mesmo que algumas delas não estejam mais entre nós. Minhas avós Maria Francisca e Dalma e meu avô Rubens. Minha madrinha (e também tia) Neusa que amo tanto. Meus primos Léo, que por muitas ocasiões foi meu irmão, a sua esposa Carla, e Ricardo, que admiro por sua força e consideração. Meus tios Antônio, Paulinho (Barbarela), Zé Carlos, Franklin, Carlinhos e Ricardo, tias Mia, Áurea, Rosana e Alessandra. Aos tios e tias postiços Aires, Ana, Ângela, Paulinho e Sheila. As minhas amigas, que estão sempre ao meu lado, Andrea e Fabíola, e ao meu irmãozinho Alexandre Xavier, sou muito grata por todo o apoio que me deram durante todos os anos de nossa amizade. Sair da realidade e viver em um mundo de fantasia nos nossos ii jogos de RPG, por muitas vezes, foi à única coisa que me fez ainda continuar respirando. Então, agradeço também aos personagens de Serene, mundo fictício criado por mim, por me permitir viver suas vidas. Ao povo do colégio CEM 404 de Santa Maria, principalmente a minha querida Itacelma e Márcia Pri. Aos colegas de laboratório, e Bruna. A todos os "miguxos de sofrência", em especial a Carla, Elba, Emayre, Laura, Marcos Patrício, Marcela, Marília, Nayara, Sarah e Silvia. Aos meus mestres pelo conhecimento compartilhado, com um carinho especial para Cynthia Kyaw, Nilda Rojas e Heloisa Miranda (pessoa linda). Sem faltar, minha imensa gratidão a minha orientadora Rosana Tidon por ter acreditado em meu potencial e me aceitado em seu laboratório. Obrigada pelas horas de estudo, pela divisão de deveres, por toda a ajuda prestada. Vocês são o máximo. Meu reconhecimento a todos por estarem sempre comigo, fazendo parte desta jornada. agradeço todo apoio prestado até a conclusão desta pesquisa. iii Texto em homenagem a meus alunos Virando o jogo. Resolvi colocar meus pensamentos no papel quando dois alunos meus que estudavam em uma escola pública, em uma cidade com alto índice de violência na periferia de Brasília, passaram para engenharia na UnB. Por este feito, ocorrido no ano de 2009, e repetido inúmeras vezes após esta data em tantos outros cursos, achei, pela primeira vez, que ser professora tinha um lado bom, o lado de ver alguns destes meninos superarem todas as adversidades, trilhando o caminho do bem. Eles não necessariamente precisariam chegar a uma das melhores universidades do país, mas viver suas vidas com dignidade, jornada muitas vezes mais árdua do que àquela da criminalidade. Pensei então o que estes jovens tinham de diferente dos demais e, sem nenhuma pretensão de fazer ciência, apenas imbuída do desejo de escrever, achei, para mim, uma resposta. Entretanto, mesmo sabendo que este texto se trata apenas de uma opinião pessoal, não consegui desvinculá-lo da biologia, pois esta é a área de minha formação. Sei, assim, que dogmas podem ser quebrados e que teorias são para a maioria, mas não para a totalidade. Existe uma infinidade de espécies que convivem em uma mesma casa, nosso planeta, não havendo regras universais que se encaixem perfeitamente em toda sua complexidade. Tantos seres. Sua criação, em minha opinião, se assemelha à confecção de um livro, o livro da vida, com o autor descartando as páginas mal escritas e iniciando por um novo caminho. O autor é a própria Terra, com toda sua metamorfose, obrigando seus personagens a se adequarem aos seus caprichos. O livro da vida ainda está sendo escrito, talvez nunca termine, com páginas continuamente substituindo aquelas que foram parar na lata de lixo. O entendimento, mesmo que raso, de como se dá o processo de composição das linhas que se tornarão páginas, iv mantidas ou descartadas, é fascinante. Compreender como há tantas espécies coexistindo é um desafio que tem início no estudo da evolução biológica, pois todos os processos que modulam o surgimento e a adaptação de espécies são discutidos neste ramo da ciência. Como princípio mais famoso temos a teoria da Seleção Natural, um dos moduladores da especiação. Esta teoria, proposta em 1859, na primeira edição do afamado livro do naturalista britânico Charles Darwin, "A Origem das Espécies" constituiu uma mudança de paradigma utilizando, para isso, fatos sólidos em sua formulação. Evidentemente, com o passar do tempo, novos conceitos foram acrescidos ao estudo de Darwin e muitos pontos considerados obscuros foram esclarecidos. A reformulação foi chamada de Teoria Sintética da Evolução ou Neodarwinismo. Um bom exemplo daquilo que se acrescentou surgiu dos estudos em genética de Gregor Mendel, cujo primeiro trabalho foi apresentado apenas na década de 1860. Atualmente, vivenciamos uma nova proposta de complementação das ideias Darwinistas, com a Novíssima Síntese vislumbrando a possibilidade de examinar a evolução em quatro dimensões: genética, epigenética, comportamental e simbiótica ("linguagem"). Todavia, mesmo após algumas lacunas terem sido preenchidas, a famosa frase: -"Os seres vivos são produto de seu material hereditário e do meio onde vivem" -continuou como um tema centralizador. Porém, qual o real papel exercido pelo meio em um indivíduo? Segundo a Seleção Natural é realizar pressões seletivas onde apenas os mais bem adaptados terão sucesso. Mas, nossa mãe Terra sempre briosa, autora perspicaz do livro da vida, dando a oportunidade de que os seus personagens coexistam em sua obra, criou a possibilidade de que eles se tornassem coautores da própria história. Sendo a história dos seres, então, basicamente construída por seleção, adaptações às variáveis impostas pelo meio se tornam fundamentais ao seu sucesso, com estratégias vantajosas na superação de obstáculos selecionadas nos indivíduos. Um exemplo de estratégia v eficaz é a sociedade, uma junção de seres da mesma espécie que se fortalecem por sua posição numérica e pela divisão do trabalho. A união faz a força, já dizia o ditado, sendo a sociedade mantida por conferir benefícios aos organismos que se utilizam desta relação. Dentro do reino animal podemos encontrar vários casos, como o das abelhas, dos lobos e do próprio ser humano. Em uma colmeia, por exemplo, existe a rainha responsável pela postura de ovos, o zangão, incumbido da fertilização e proteção e a operária, encarregada da coleta de matéria prima para a fabricação dos produtos orgânicos que servirão de alimento e na construção do favo. Mais próximos a nós, já dentro dos mamíferos, temos a alcateia. Nela existe um macho e uma fêmea, ditos alfas, que são os responsáveis pela maioria dos filhotes, salvo raras exceções, e vários subordinados divididos em subclasses hierárquicas. Em suma, toda sociedade apresenta uma "elite" privilegiada e diversas castas de menor poder umas com relação às outras. Não seria diferente entre os seres humanos, afinal somos animais sociais. Mas como esses postos são obtidos? Como são definidos aqueles que terão mais ou menos poder? Em uma análise minimalista, em alguns casos, eles simplesmente nascem assim. Mas mesmo, por mais simplória que uma visão possa parecer, ela sempre irá possuir seus adendos. É o caso das abelhas, por exemplo. Quando algumas larvas são alimentadas com geleia real para darem origem a rainhas, a mais forte canibaliza suas concorrentes, afinal só pode existir, ou geralmente só existe, uma rainha por colmeia. De qualquer forma, apesar de podermos recorrer às ideias Darwinistas mais uma vez, pois apenas a mais forte -"apta" -sobreviveu, elas foram "fabricadas" para serem rainhas, assim como o zangão nasce de um ovo não fecundado e as operárias são alimentadas com pólen e mel e não com geleia real. Se alguns simplesmente são o que são levantando a ideia de determinismo, outros lutam, ganham e defendem seus postos. Mas então o que leva um animal a tentar competir e
doi:10.26512/2016.03.d.20402 fatcat:pebr5gzdwnc6rpmdulgnrpz5ii