O rigor da indisciplina. Ensaios de antropologia interpretativa

Lilia K. Moritz Schwarcz
1995 Revista de Antropologia  
Rese nhar urna co letânea de tex tos é sempr e uma triste sina : muita s são as entrada s, inúm eras as poss ibilidad es de diálogo . Com efeito , por mai s que Lui z Eduardo Soares, em seu rece nte O rigor da indisciplina, ev ite a definição "co letân ea" e prefira entender seu livro como um "relato provi sório de um trabalh o em andamento", a própria esc rita impr essa tend e a formalizar idéias que , e m sua forma origina l, poderiarn lembrar conversas desinteressadas, pales tras sem um tom
more » ... efinitivo . M as, não fiqu emos no lam ento , já qu e o autor faz de sse tipo de propo sta não urn exe rcíc io de retórica, 1nas um estilo particular , um convite ao leitor para interagir. De fato , o pretenso informali smo do s en saios encobre um profundo rigo r teó rico e uma gama ampla de qu estões, qu e se de um lado referern-se diretan1ente à antropologia, de outro , são pertin entes às c iências humana s co m o um todo. Na ver dad e, O rigor da ind iscipl ina não peca pe la limit ação e exíg ua ab rangê ncia dos tema s abordad os. As três partes qu e com põem o livro alinhavam dif erentes objetos, qu es tões e estudo s apresentados em momentos diver sos da ca rre ira de Lui z Eduardo. Na prim e ira parte destacam-se os en sa ios mai s teó ricos, que procuram enfr ent ar dilemas vivencia dos pela antropo log ia co nte1nporân ea, que se debat e ent re o relativismo e o univ ersal is mo, en tre perspec tivas ilumini sta s e abordagens romântica s. O segundo bloco de artigos traz , co m origina lidade, o co ntexto da pro sa literária e etnográfica, e a tônica dos ensa ios não é a bu sca de definiçõe s finai s, ma s o de safio de de sfiar obj etos dif erentes e aceitar um certo encantame nto diante da literatura . O terce iro e último conjunt o de textos de stina-se aos ensaios so bre religião; as "novas seitas" -o Santo Daime , o mistici smo eco lóg icosão aqui ca racte rizadas enqu anto "movi mentos cu lturais de expe rimentação" e não apenas co mo marcos de uma espéc ie de crise de racio nalidade ocidental.
doi:10.11606/2179-0892.ra.1995.111453 doaj:38551b3a50c74b93985ca1876b181c96 fatcat:gq3zmg6jn5aedlbt4co7y6usiq