Homo Viator; poéticas errantes. "Toda grande imagem tem um fundo onírico insondável"

Raoni Gondim, Gaston Bachelard
unpublished
INTRODUÇÃO Este artigo faz uma reflexão acerca de um processo de criação em andamento, onde o princípio movente da poética é resultado do caminhar enquanto pulsão ontológica que permeia o imaginário. O objetivo do caminhar está contido na fugacidade do instante 1 que se abre enquanto imagem primeira, o que para Gaston Bachelard (1984) seria um devaneio 2. Os conceitos de Lugar e Território são discutidos a partir de uma abordagem fenomenológica, de onde a poética se manifesta no instante
more » ... o duração do movimento. Na premissa de que esta imagem primeira seja território do imaginário, os métodos utilizados são; intuitivo e cartográfico. Para Gilles Deleuze e Félix Guatari (2000), o método cartográfico possibilita um maior detalhamento das nuances do processo de criação. Sobretudo quando os caminhos percorridos em um espaço corporal, ou seja, tátil, são mesclados a espaços virtuais; de ordem fantasmagórica, incorpórea e sensória. Nesse sentido, a cartografia permite uma narrativa mais abrangente no que concerne às poéticas, por ocupar um campo predominantemente sensório, cujo qual o método intuitivo se aprofunda, fazendo valer de nossas experiências para delimitar os caminhos a serem traçados. Anne Cauquelin (2008) delineia as metodologias 1-Para Arthur Omar "tudo se passa num instante cego, porque mais curto que o tempo necessário para olhar" (1997, p.20). O instante seria um acontecimento mais rápido que a memória e, por isso, captável apenas pela fotografia. Aqui utilizo o instante enquanto fugacidade da imagem; constante primeiridade. 2-Grande expoente da fenomenologia do imaginário, Gaston Bachelard compreende o sonho como o lugar onde o inconsciente trabalha, enquanto o devaneio seria o sonho onde a consciência estaria presente, território da imaginação ativa.
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