MARIA DA CONCEIÇÃO FALCÃO FERREIRA 1

Estudo De, História Urbana
unpublished
Editado pela Universidade do Minho, no âmbito do CITCEM, em Junho de 2010, este livro encerra o texto da dissertação de Douto-ramento de Maria da Conceição Falcão Ferreira, discutida e defendida, em 1997, na Universi-dade do Minho. Trata-se de uma obra singular, produzida por uma investigadora muito especial, num contexto também ele deveras excepcional. Parafraseando as duas citações com que a autora nos brinda logo no início, na página 19, de que «todo o livro tem a sua história» (Jean
more » ... n) e, ainda, «cuidadinho com o livro, qualquer que ele seja, porque esse livro leva uma pessoa dentro e essa pessoa é o autor» (José Saramago), é forçoso que me debruce primeiro sobre a história do texto, que o livro leva dentro, ou seja, sobre o contexto da sua produção, história essa intimamente ligada à singular pessoa que o escreveu, para, depois, me debruçar sobre o seu conteúdo, também ele a reclamar uma inevitável singularidade. Devo reconhecer a minha profunda satisfa-ção por ver finalmente publicado este trabalho de história urbana medieval, centrado na cidade de Guimarães, que honra a pessoa que o escre-veu, bem como a Universidade do Minho, ins-tituição que enquadrou a sua produção, a sua discussão pública e, finalmente a sua publi-cação. Todavia, a minha satisfação não é um simples enunciado, um lugar comum em situações semelhantes, mas sim uma expressão de alguém que acompanhou de perto, e ao logo de 10 anos, a produção do texto que deu origem à obra agora editada, devido a uma convivência muito próxima, partilhada com a autora, quase diariamente, entre 1987 e 1997. O seu objectivo não era então a publicação de um livro, mas tão só a produção de um texto académico para obtenção do grau de Doutor em História Medieval, tendo-me sido possível acompanhar de perto os avanços e recuos, as dúvidas e hesitações, as pequenas conquistas, as reflexões, mas também as sucessivas paragens e arranques, a que Conceição Falcão submeteu o seu trabalho. Ao longo de 10 anos foi-me possível apreciar a invulgar capacidade da autora em escrever 150 páginas limpas, num mês, de rajada, dia e noite, num frenesim que a punha quase febril, mas, também, observar as longas paragens de escrita, que pareciam nascer de uma profunda insa-tisfação com os documentos e consigo própria, que a prostravam, tornando-a avessa a qualquer tentativa exterior de lhe incutir força ou con-fiança. Afinal, ritmos normais, próprios de uma investigadora exigente, que tende sempre a questionar, mais que a afirmar, que busca novas questões, que formula novos juízos, que lê e relê tudo o que escreve, mas sobretudo que vai crescendo e amadurecendo em termos intelec-tuais e científicos, mas também em experiência humana, por vezes dolorosa. Foram esses 10 anos um tempo de criação e de espera, entre-cortado com o ritmo mais sazonal da vida académica, também ela exigente em tempos, dispendidos entre aulas, leituras, atendimento de alunos, reuniões. Assim se foi alongando o tempo de produção desta tese, que foi crescendo com a sua autora, passo a passo, numa convi-vência constante, qual obra de arte que o artista teima em não terminar, desenvolvendo com ela APRESENTAÇÃO DO LIVRO DUAS VILAS UM SÓ POVO.
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