Estudo do nível sérico de ácido úrico em pacientes coronariopatas

Rafael Froes Marangoni, André Schmidt, Júlio Sérgio Marchini, Durval Ribas Filho, Vivian Marques Miguel Suen
2013 International Journal of Nutrology  
INTRODUÇÃO Dados de 2008 do ministério da saúde mostram que as doenças cardio-vasculares são responsáveis por 32% da mortalidade no Brasil, com prevalência das doenças vasculares cerebrais e das isquêmicas do coração. As doenças coronarianas no país atingem de 5% a 8% dos adultos acima de 40 anos. Essa elevada prevalência das doenças cardiovasculares tem despertado interesse crescente na identificação de fatores de risco, além dos já conhecidos: resistência insulínica, diabetes melito tipo 2,
more » ... slipidemia, tabagismo, obesidade, entre outros. Recentemente, muitos estudos têm revelado uma associação entre a elevação do ácido úrico sérico e a maior propensão às doenças coronarianas, à hipertensão arterial, às doenças vasculares periféricas e, consequentemente, à ocorrência de infarto agudo do miocárdio. Existem algumas evidências também de que a hiperuricemia pode ser um fator de risco para o desenvolvimento do diabetes melito (Cardona F etal, 2009). O ácido úrico é um produto final do metabolismo das purinas e seu papel como mediador de dano vascular em níveis elevados tem ganho cada vez mais importância. A causa da hiperuricemia usualmente é dividida em excesso de produção e/ou baixa excreção. Não existe ainda uma definição universal aceita para hiperuricemia, mas usualmente é definida como concentração sérica acima de 6.0 mg/dL, que é o limite da solubilidade do ácido úrico no plasma. Devido à essa relação, a hiperuricemia assintomática pode se tornar uma nova evidência para a prevenção da doença cardiovascular ainda na atenção primária. Estudos em nosso meio que tenham avaliado a prevalência da hiperuricemia em pacientes portadores de doença arterial coronariana, para o nosso conhecimento são escassos. Desta maneira, o objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de níveis séricos de ácido úrico elevados (maior que 6,0 mg/dl) nos pacientes atendidos pelo ambulatório de Cardiopatia Isquêmica da Divisão de Cardiologia, da FMRP-USP e buscar uma correlação estatística entre a hiperuricemia e o maior número de artérias acometidas ao cateterismo. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi enviado ao comitê de ética em pesquisa do HCFMRP-USP e teve inicio após sua aprovação. Foi realizado um estudo retrospectivo em que houve a análise dos prontuários de pacientes atendidos no Ambulatório de Cardiopatia Isquêmica da divisão de Cardiologia (Doença Coronariana) num período de 6 meses (de Março a Agosto de 2011), totalizando 145 pacientes, registrados na Tabela 1. As informações coletadas foram: registro HC, idade, sexo, história prévia de revascularização do miocardio, número de artérias coronárias acometidas ao cateterismo (Sendo considerado os três ramos principais: Artéria descendente anterior, Artéria circunflexa, Coronária direita), diagnósticos de diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia, tabagismo, etilismo, obesidade, insuficiência renal. O exame laboratorial avaliado nos prontuários foi o nível sérico de ácido úrico na data mais próxima ao exame de cateterismo. Considerou-se hiperuricemia níveis séricos de ácido úrico maiores ou iguais a 6,0 mg/dL (Dehghan A et al, 2008) .
doi:10.1055/s-0040-1705676 fatcat:fl4v66dsxjcm3grhqqa2nq6bxu