As polícias militares como massas artificiais: hipóteses psicanalíticas acerca do laço policial [thesis]

Guilherme Secotte Nogueira
Essa dissertação tem como objetivo investigar o laço social estabelecido entre policiais militares, a partir da suposição inicial de que é possível analisar as polícias militares como "massas artificiais", termo proposto por Sigmund Freud em Psicologia das massas e análise do Eu (1921 Eu ( /2011)) . Secundariamente, discute-se os limites e possibilidades que a teoria freudiana sobre as massas possui, quando instituições altamente organizadas são analisadas sob essa perspectiva. Trabalhamos com
more » ... esquisas bibliográficas do campo da psicanálise e com obras e autores de outras áreas de conhecimento que tenham as polícias e os policiais militares como objetos de investigação ou permitam melhor compreendê-los. Apresentamos como Freud define as massas, os elementos que as constituem, os conceitos que permitem analisá-las e quais seriam as condições necessárias para podermos investigar as polícias militares enquanto massas artificiais. Nesse sentido, questionamos a importância do líder nas massas organizadas e, seguindo uma possibilidade indicada, mas pouco trabalhada por Freud, dissertamos sobre a viabilidade de substituir a figura do líder por "ideias condutoras". Discorremos um breve panorama de quais poderiam ser as mais proeminentes e comuns ideias condutoras das polícias militares, a partir de uma revisão sobre a história e as práticas atuais das polícias e a formação dos policiais militares. Em seguida, aproximamos as ideias condutoras à teoria lacaniana dos significantes como uma forma de investigar como elas podem ser apropriadas pelos policiais, como circulariam nas corporações, quais seriam suas relações com o ideal do Eu e como essa modalidade de laço pode proporcionar satisfações aos sujeitos que as compõem. Por fim, seguindo as hipóteses construídas, levantamos algumas indagações sobre como a pulsão de morte pode se representar na relação entre os policiais, com os não-policiais e com o próprio Eu.
doi:10.11606/d.47.2022.tde-06092022-083825 fatcat:shw2eh4s2zh53kv7dg5vdjo3xu