Baleia na Rede Eu sou terrível: ditadura militar e indústria cultural nos anos 70

Odirlei Dias Pereira, Rafaela Fernandes, Narciso
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Eu me lembro de ver a polícia correndo atrás de estudantes na rua, carros revirados, ônibus incendiados e Quero que vá tudo pro inferno tocando no rádio. Era um cenário louco, um apocalipse danado (Zé Ramalho apud ARAÚJO, 2006). O filme volta os olhos para o passado recente do Brasil. A narrativa é construída tendo como ponto central a história do menino Mauro e, em momento algum o narrador cinematográfico-da maneira que é construído-foge a esse ponto de vista. Portanto é pelos olhos desta
more » ... ça que temos acesso ao ano de 1970 e podemos entrever alguns elementos da sociedade brasileira dessa época. É importante ressaltar que todo o filme é uma obra de ficção, e que traz em si uma determinada forma de olhar a realidade ou, nesse caso, a história do país. Ismail Xavier (1977) fala que o cinema é composto de imagens e sons, sendo portanto, sempre um fato de linguagem produzido e controlado de diferentes formas. A maneira de montar um filme tem em vista a realização de um certo "objetivo sócio-cultural" (p. 10). Assim, prossegue o autor, há em cada filme uma ideologia de base que pretende explicar ou redesenhar fatos históricos, políticos, sociais, etc, sempre por meio da construção de uma narrativa ficcional.
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