A família Nagô. Composições entre o sangue e o santo no candomblé do Recife [thesis]

Olavo de Souza Pinto Filho
Nome do (a) aluno (a): OLAVO DE SOUZA PINTO FILHO Data da defesa: 20/03/2020 Nome do Prof. (a) orientador (a): VAGNER GONÇALVES DA SILVA Nos termos da legislação vigente, declaro ESTAR CIENTE do conteúdo deste EXEMPLAR CORRIGIDO elaborado em atenção às sugestões dos membros da comissão Julgadora na sessão de defesa do trabalho, manifestando-me plenamente favorável ao seu encaminhamento e publicação no Portal Digital de Teses da USP. São Paulo, 18/06/2020
more » ... ___ FILHO, Olavo Souza Pinto. A Família Nagô. Composições entre o sangue e o santo no candomblé do Recife. Tese (Doutorado) -Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Agradecimentos Meu profundo agradecimento à família Felipe da Costa. Minha vida foi outra a partir do nosso encontro, a intensidade de minha gratidão é expressa pelo amor que sinto. Em especial, ao Baba Paulo Braz (in memoriam), pela amizade, confiança e generosidade. Foi uma grande honra ter compartilhado de seu dia a dia nos últimos anos de sua vida. Agradeço à Mãe Lu, por ter me acolhido em sua casa desde o primeiro dia, e pelo o carinho diário. O que mais me honra em nossa relação é ser chamado pela senhora como filho. Por ser minha mãe em Recife, pela generosidade do tamanho do oceano, a Iemanjá mais linda que existe, esta pesquisa só foi possível por sua vontade e dedicação. A Junior Boto, obrigado pelas trocas e fraternidade. Agradeço pela confiança e amizade, e o exemplo no cuidado e dedicação aos orixás. A Paulinho, sou grato pela convivência no dia a dia, pelos conselhos, cervejas e risadas que compartilhamos. Acima de tudo, agradeço o sentimento mútuo de fraternidade. Agradeço a Marcio por me apresentar, e respeitar, os Maracatus do Recife. Obrigado pela amizade e confidência. Agradeço a Bino por ter me ensinado tanto sobre o bairro de Água Fria e sobre os terreiros. Por ter sido um amigo desde o primeiro momento de minha chegada. Obrigado por ter me apresentado a tantas pessoas e casas de santo, e pela confiança nos convites para as obrigações. Meu muito obrigado a Barbara e seus filhos, Thauany, Thalysson e Thalita. Obrigado ao meu irmão Idelfonso e toda sua família, pela generosidade em sempre me receber em sua casa, por compartilhar tanto conhecimento sobre a história do nagô, do Sítio e de sua família. Obrigado pelos almoços e feliz embriaguez de nossos encontros. Agradeço a Pai Guara e Marcelo, pelo exemplo de dedicação, amor e devoção aos orixás. Obrigado pela profunda generosidade em me receberem em sua casa. Obrigado Alexandre L'Omi L'Odo, jovem mestre da vida pernambucana, à Thandra, Alisson, e irmãs. Obrigado a esses e tantos outros com quem convivi e tive o imenso prazer de compartilhar da vida nesses anos. Sou grato por ter cursado, em toda a minha vida, o ensino público brasileiro, que hoje se encontra diante de um profundo ataque. Sou grato à CAPES pelas bolsas de mestrado e doutorado que permitiram este estudo. Meu grande agradecimento e dívida para com os professores que aceitaram participar dessa banca. Em primeiro lugar, agradeço a Renato Sztutman, pelas excelentes aulas e trabalho inspirador, por ter aceitado ler e contribuir com um trabalho de outra etnologia. Muito obrigado. A Marcio Goldman, cujo trabalho e pensamento admiro profundamente. Sou grato pela generosidade em compartilhar seu conhecimento e ideias, pela amizade e incentivo para o desenvolvimento deste trabalho. Obrigado por ter me acolhido em suas aulas no Rio de Janeiro e especialmente pelas saudosas sextas-feiras. Por fim, expresso minha profunda gratidão e admiração a José Jorge de Carvalho. Agradeço a generosidade de ter me feito conhecer e amar as incríveis pessoas do nagô; pelo encontro na luta antirracista e na transformação da universidade; pelas aulas (dentro e fora de sala), que sempre foram um grande ambiente de compartilhamento e discussão com os alunos, nos ensinando a pensar e agir de outras formas. Em Recife, devo ainda a gratidão das amizades feitas para a vida: Fabinho, Claudia, Breno; à Família Amoras e à Família Silva. Minha gratidão. Em Brasília, cidade que abriu caminhos para uma outra vida e onde tive a mais plena vida universitária, com os melhores anos de Governo Lula e seus investimentos na educação pública, agradeço aos amigos: Danilo, Flora e família. Ainda em Brasília, agradeço aos professores que inspiraram na antropologia. Em especial, agradeço a Marcela Coelho Stockler pelas aulas, conversas, amizade e por ter contribuído para este trabalho quando participou da banca de qualificação. Na USP, agradeço especialmente meu orientador Vagner Gonçalves da Silva, por ter aceitado me orientar logo no mestrado, em minha mudança para São Paulo, e por sempre ter acreditado nos projetos. Obrigado pelo apoio, incentivo, disposição, confiança e paciência. Sou grato ainda pelas leituras atentas e comentários incentivadores que sempre fez. Aos professores do PPGAS, agradeço a Ana Claudia Marques, pelos excelentes cursos ofertados, pelo posicionamento político e pensamento crítico e desafiador. Sou grato a Marina Vanzolini por ter aceitado o convite de compor a banca da tese e pelos trabalhos pelos quais tenho grande admiração. Aos colegas do Cerne, em especial Rosenilton, que também aceitou compor a banca e sempre deu excelentes contribuições; a Patrícia, Paula e Bruna; e a minha aburé Yumesita. Muito obrigado. Devo agradecer a convivência com meus amigos e amigas, mais do que especiais, da minha turma de mestrado. Compartilhei da alegria, irreverência e amizade de vocês: Helena, Álvaro, Bruno, Augusto, Yara, Camila, Renan, Vitão e Lauriene, No Rio de Janeiro, agradeço aos colegas que fiz no PPGAS do Museu Nacional. Em especial, ao Nansi, que me proporcionou tantas reflexões e inspirações. Obrigado, Clara, Gabriel Banaggia, Suzana, Luisa Elvira, Gustavinho, e tantos outros. Sou grato à família criada em terras cariocas, Helena, Bárbara, Cris, Maria. A meu Baba Toloji e à comunidade Ogun lakaye Osinmole, pelo axé que me levou por esses caminhos ao longo dos anos. À minha família: Meu pai, Marcio, sem seu amor e suporte eu não teria trilhado este caminho. Minha mãe, Rosângela, pelo amor e incentivo desde os primeiros anos e por ter sido sempre meu maior exemplo. Minha irmã, Angélica, e meu irmão, João, pelo amor incondicional. E meus sobrinhos, Dudu e Rafinha. Esta tese se deve muito a meu grande amigo e parceiro Lucas Marques, pela leitura, sugestões e, acima de tudo, amizade. À Barbara, pela amizade, carinho e disposição em ler, revisar e comentar esta tese, durante esses anos. À Noshua Amoras, pelo amor e companheirismo, e, acima de tudo, lutas! Resumo SOUZA PINTO, Olavo Filho. A Família Nagô. Composições entre o sangue e o santo no candomblé do Recife. Tese (Doutorado) -Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Esta tese tem como tema central a composição do parentesco na casa de candomblé nagô Ilê Iemanjá Ogunté, em Recife, Pernambuco. Essa família configura-se como uma extensa rede de casas, pessoas, divindades e antepassados relacionados a partir de duas linhas, criadas a partir do ritual, a do sangue e a do santo. Meu ponto de partida é a distinção (e não oposição) estabelecida pelos integrantes do terreiro desse aspecto fundamental da família, uma disposição que se replica, em diferentes escalas, em demais dimensões da vida do nagô. O principal objetivo da pesquisa é descrever certas composições expressas por meio do parentesco, tais como iniciação, transmissão de nomes, objetos rituais, assentamentos, capacidades intuitivas e criatividade, que conformam heranças espirituais nas quais o sangue e santo surgem como linhas coextensivas dispostas pela ação ritual. Palavras-chave: família de santo; parentesco; candomblé nagô; religiões afro-brasileiras. Abstract SOUZA PINTO, Olavo Filho. The Nagô Family. Compositions between blood and saints in the candomblé of Recife. Tese (Doutorado) -Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências This thesis has as its central theme the composition of kinship in the Nagô Candomblé house Ilê Iemanjá Ogunté, in Recife, Pernambuco. This family is configured as an extensive network of houses, people, deities and ancestors related by two lines, one of blood and the other of saint. My starting point is the distinction (and not opposition) established by the members of the terreiro about this fundamental aspect of the family, a disposition replicated, in different scales, in other dimensions of nagô's life. The main objective of the research is to describe certain compositions expressed through kinship, such as initiation, name transmission, ritual objects, assentamentos, intuitive capacities and creativity, which all form spiritual inheritances in which blood and saint appear both as coextensive lines arranged by ritual action.
doi:10.11606/t.8.2020.tde-23032021-193416 fatcat:uurz5bva2zdlpi4loaybq2ru6a