A musicalidade comunicativa em processos de construção de conhecimento de crianças de seis anos
[thesis]
Júlia Escalda Mendonça
Agradeço à Silviane, pela generosidade e dedicação na orientação desse trabalho, pelas palavras de coragem para seguir em frente e compreensão dos meus limites. À todos os membros da minha família pelo suporte emocional que me deram durante essa caminhada. Agradecimentos mais que especiais à minha mãe, vó, Marisa e Rose pela atenção e carinho nas horas de maior dificuldade. Agradeço aos meus amigos-anjo Clara e Renato, pelo carinho, cuidado e amor. Gratidão! Aos amigos que estiveram presentes
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... longe e de perto: Nanda, Iza, Marcus, Fred, Peçanha, Rus e André por serem meus companheiros eternos, meus colos e minhas alegrias. À minha família baiana Vladimir, Francisca, Marcos, Elaine, Murilo, Vini e Márcia. Axé! Agradeço à Patrícia Campos-Ramos pelo ouvido amigo e por dividir as angústias e aos amigos do programa, em especial, à Ana Paula. Obrigada Rafael Alves pela ajuda e pelas boas risadas! Às minhas caras: Ana Catarina, Cláudia, Aline, Ana Graner, Raquel, Noemi e Rina, amigas queridas que ganhei na UNEB. Aos professores que contribuíram para a construção desse trabalho, em especial, às contribuições feitas na banca de qualificação. vii Resumo Mendonça, J. E. (2015). A musicalidade comunicativa em processos de construção de conhecimento de crianças de seis anos. Universidade de Brasília. Os processos pelos quais as crianças se relacionam com a cultura são múltiplos e estão sempre entremeados pela música e pela linguagem. Assumimos como pressupostos teóricos que a musicalidade é aspecto indissociável da linguagem oral e que o discurso é, portanto, intrinsicamente musical. O conceito de musicalidade comunicativa engloba aspectos que são distintivos da música na linguagem oral, imprime força comunicativa aos enunciados e constitui-se como ferramenta de mediação corresponsável pela complexificação dos processos de pensamento verbal. Os objetivos desse trabalho foram identificar e descrever as manifestações da musicalidade comunicativa nas interações de crianças de seis anos em situações semiestruturadas e analisar seus usos e funções nos processos de construção de conhecimentos por crianças de seis anos em tais contextos. Observamos como essas crianças interagem em contextos semiestruturados nos quais foram incluídos três modos de envolvimento musical (apreciação, composição e performance). Participaram do estudo oito crianças de seis anos matriculadas no primeiro ano do Ensino Fundamental de duas escolas municipais da cidade de Salvador -BA. Foram realizadas três sessões semiestruturadas em cada escola nas quais as seguintes atividades foram desenvolvidas nas sessões: Sessão 1) Audição de uma canção infantil, desenho sobre o tema da música ouvida, criação de narração oral sobre o desenho e escrita direcionada da mesma; Sessão 2) Vivência de uma parlenda infantil seguida de atividade de escrita de preenchimento de lacunas e escrita direcionada; Sessão 3) Criação de uma história sonora com instrumentos de percussão a partir de uma história em quadrinhos, escrita ou desenho da música e da história. As sessões foram gravadas em áudio e vídeo. Os dados empíricos foram analisados por meio da 1) Sumarização das sessões; 2) Análise da conversação aplicada à Psicologia; 3) Análise perceptivo-auditiva das manifestações musicais e 4) Análise microgenética dos episódios relevantes para o esclarecimento dos objetivos do estudo. Os resultados demonstraram que as manifestações musicais nas interações de crianças de seis anos foram de dois tipos: implícitas nas falas social e egocêntrica com características de variações de altura, intensidade, duração e qualidade e manifestações musicais explícitas com características de músicas da cultura e invenções musicais próprias das crianças. Observamos duas funções principais da musicalidade comunicativa: a mediação para a construção de conhecimentos e a mediação para a manutenção da interação. Concluímos que a musicalidade comunicativa constituiu processos comunicativos e processos de imaginação, sendo instrumento de mediação e também produto de interações. Teve função na dimensão relacional das interações, sendo ferramenta de mediação semiótica mediando processos comunicativos que levaram a interações de diálogo, oposição, e interações lúdicas, ampliando as práticas morfossintáticas, semânticas e pragmáticas e de relações oralidade/musicalidade-escrita das crianças de seis anos. Palavras-chave: musicalidade comunicativa, linguagem, desenvolvimento do pensamento verbal, escrita, criança.
doi:10.26512/2015.03.t.18349
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