A cidade de São Paulo no século XIX

Odilon Nogueira de Matos
1955 Revista de História  
Nem condições geográficas, nem as circunstâncias históricas concorreram para o crescimento da cidade de São Paulo, nas três centúrias iniciais de sua existência. Por isso mesmo, na primeira metade do século XIX, a capital pauliSta pouco diferia da vila e cidade dos tempos coloniais. Para êsse período do oitocentismo, existem algumas fontes seguras de muito interêsse pare o estudo da evolução urbana de São Paulo: como documentos cartográficos, as duas plantas mais antigas da cidade que se
more » ... , devidas a Rufino Felizardo e Costa e ao engenheiro C. A. Bresser (1); no que se refere à população e à vida econôrnica, o admirável recenseamento de Daniel Pedro Müller (2); e, finalmente, no concernente à fisionomia urbana, as impressões e depoimentos; de valor nem sempre igual, dos viajantes estrangeiros que visitaram a cidade: John sem falar, na contribuição dos pesquisadores, entre os quais merece uma referência especial Ernani Silva Bruno. Com a ajuda dêsses preciosos élernentos, tentaremos, de início, reconstituir a fisionomia da Paulicéia de então. Tal como nos tempos coloniais, a área ocupada pela cidade li-Mitava-se à colina 'que se âlteia entre os vales do Anhangabaú e do Tamanduateí . Eram os seguintes os pontos extremos do modestíssimo aglomerado urbano: a Ponte do Fonseca, sôbre o rio Tamanduateí, onde hoje termina e rua Tabatinguera; a Ponte de Miguel Carlos, sôbre o Anhangabaú, bem perto de sua confluência no Tamanduateí; o Largo da Fôrca, hoje Praça da Liberdade, de óhde
doi:10.11606/issn.2316-9141.v10i21-22p89-125 fatcat:kldachhusnhphbd4rj5peceobq