Malvinas: males de origem

Raul Antelo
2015 revista landa   unpublished
A mais relevante força do presente não é um presente como telos do curso universal das coisas, mas um presente que se insurge contra a atualidade da opinião pública, isto é, da massa, e que pratique uma outra redefinição do passado. Burckhardt rejeitava, logo no início das suas aulas sobre a história universal (1870-1871), esse mesmo conceito con-suetudinário de presente, vendo nele apenas um monstruoso conceito híbrido, uma contradictio in adjecto, porque a história que coordena é a negação da
more » ... filosofia, enquanto a filosofia que subordina é a negação da história 1 , ideia que Nietzsche traduziria como fim da história universal, que coincide, afinal de contas, com a própria universalização da história. Portanto, deveríamos começar a analisar o tema que nos convoca por um truísmo que costuma ser esquecido: o Brasil é o único país boli-variano da América Latina. Com efeito, as histórias dos 35 estados na-cionais ou multinacionais independentes da América Latina, bem como a dos seus 16 territórios, incluídas as Ilhas Malvinas (avistadas, pela pri-meira vez em 1600 pelo navegador holandês Sebald de Weert, desgar-rado da expedição de Mahu e Cordes), territórios todos eles submetidos a regime colonial, fazem parte da história latino-americana e, portanto, da história universal. Mas outro tanto se dá com as próprias soberanias nacionais. A consolidação do Brasil moderno supôs, certamente, sufo
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