Resumos (on-line) Hansenologia Internationalis ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DA ATENÇÃO BÁSICA PARA PACIENTES EM PÓS-ALTA MEDICAMENTOSA PARA HANSENÍASE
Thayrine Elisa, Silva Gonçalves, Milena Campos, Silva, Rita Magela
unpublished
RIBEIRO (4) , Daisy Resende de Figueiredo FERNANDES (5). Univ. Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (1-5). Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa e crônica, que possui como fonte de transmissão as vias aéreas e sua cura se dá por meio da poliquimioterapia. Porém, mesmo após a alta medicamentosa, os pacientes podem apresentar reações neurais, desenvolver incapacidades físicas e, por isso precisam de acompanhamento periódico. Ainda assim, muitos perdem o vínculo com o serviço de
more »
... aúde e não são avaliados frequentemente. Objetivos: Analisar a organização dos serviços voltados ao paciente em situação de pós-alta da hanseníase em um município de Minas Gerais segundo os atributos da Atenção Básica. Materiais e Métodos: Estudo epidemiológico do tipo coorte-retrospectivo. A coleta de dados compreendeu os casos notificados entre os anos de 2002 e 2012, sendo incluídos os pacientes que receberam alta medicamentosa por cura e excluindo aqueles que abandonaram o tratamento, que não residem no município estudado, os óbitos e os erros diagnósticos. Foi realizada uma entrevista por meio de instrumento de coleta de dados estruturado, contendo questões socioeconômicas e relativas aos atributos da Atenção Básica-vínculo, elenco de serviços e coordenação do cuidado-com base no Instrumento de Avaliação da Atenção Primária-PCAtool. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e os participantes foram convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: Foram entrevistadas 34 pessoas, 26 (76,5%) do sexo feminino, com idade mediana de 57 anos. 58,8% possuem renda familiar até um salário mínimo e 64,7% não têm escolaridade ou possuem o ensino fundamental incompleto. Apenas 25 notificações tinham informações sobre o grau de incapacidade física no momento da alta e, destes, 64,0% apresentavam grau 1 ou 2 de incapacidade. Quanto ao atributo vínculo 58,8% sentem que são compreendidos pelos profissionais de saúde quando realizam algum questionamento sobre a hanseníase e 55,9% relatam que os profissionais conversam sobre outros problemas de saúde. O atributo elenco de serviços mostra que 73,5% nunca foram chamados para consultas periódicas após a alta para prevenir incapacidades físicas e 70,6% nunca receberam informações sobre autocuidado após a alta. Porém 61,8% recebem visitas domiciliares frequentes para tratar de outros assuntos relacionados à saúde. Quanto à coordenação do cuidado, 32,4% dos pacientes sempre conseguem ser encaminhados para especialistas devido a outros problemas de saúde e, quando retornam 73,5% dos pacientes, informam que os profissionais da Atenção Básica não se importam em como foi a consulta na especialidade. Conclusões: O estudo demonstrou um predomínio feminino, renda familiar baixa e pouca escolaridade. Demonstra que os pacientes estão inseridos na Atenção Básica, porém existe o rompimento do vínculo e a inexistência de ações voltadas para a prevenção das incapacidades físicas no período de pós-alta medicamentosa, mesmo que os pacientes estejam frequentemente procurando o serviço devido a outros problemas de saúde. É necessário que os profissionais de saúde ampliem seus cuidados para com estes, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Pretende-se, a partir das questões levantadas, colaborar com o planejamento das ações do município, a fim de que haja prevenção das complicações e consequentes incapacidades físicas. Palavras-Chaves: prevenção; incapacidades; hanseníase. Apoio: FAPEMIG.
fatcat:4i7wsxmr3jgdnipefrnesmlq4m