Espécies nativas de Nyctaginaceae e Phytolaccaceae como inibidores da infecção pelo Zucchini Yellow Mosaic Vírus em Cucurbita pepo
L Alvim, M Alexandre, A Chaves, A Souza, L Bernacci, L Duarte
2018
O Biológico
Nyctaginaceae and Phytolaccaceae native species as inhibitors of Zucchini yellow mosaic vírus infection in Cucurbita pepo. O potencial de uma planta como inibidor de infecção viral foi relatado pela primeira vez, no início do século 20, quando o extrato foliar de Phytolacca decandra inibiu a infecção pelo vírus do mosaico do fumo (Tobacco mosaic vírus -TMV) em plantas de fumo. A partir desse relato, diversas outras espécies de plantas têm sido estudadas, por conterem substâncias que inibem a
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... ecção viral, destacando-se as da ordem Caryophyllales. O estudo de medidas alternativas de controle é de grande importância para a obtenção de um manejo ecológico e sustentável para fitoviroses, especialmente aquelas que causam perdas econômicas. Como o Brasil possui uma das floras mais ricas do mundo, o objetivo deste trabalho foi coletar e selecionar espécies de Nyctaginaceae e Phytolaccaceae, nativas de Mata Atlântica de São Paulo, que apresentem potenciais inibidores de infecção contra o Zucchini yellow mosaic vírus (ZYMV) em abobrinha-de-moita (Cucurbita pepo 'Caserta'). Para tanto, foram realizadas extrações aquosas a partir de folhas das espécies silvestres Seguieria langsdorffii Moq. e Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms (Phytolaccaceae) e Guapira opposita (Vell.) Reitz e Pisonia ambigua Heimerl (Nyctaginaceae), na concentração inicial de 1g para 20 mL de tampão fosfato, 0,01M, pH 7,0 + 0,5% de sulfito de sódio (TFS). Os extratos foram submetidos a diluições progressivas de 1/40, 1/80, 1/160, 1/320, 1/640 e 1/1280 e pulverizados nas folhas cotiledonares de C. pepo. Após 30 minutos, foram aplicados 50 µl do inóculo, preparado a partir de 1g de folhas de abobrinha infectada pelo ZYMV para 3 mL de TFS. A ação inibidora dos extratos foliares foi avaliada 15 dias após, por meio de observações dos sintomas e de teste sorológico (DAS-ELISA) com antissoro (AGDIA) contra o ZYMV. Os extratos foliares de G. integrifolia não induziram qualquer inibição da infecção em nenhuma das diluições testadas. Os extratos de G. opposita inibiram em até 40% na diluição de 1/80. Porém, S. langsdorffii e P. ambigua mostraram-se mais eficientes na inibição viral, uma vez que 90 a 100% das plantas tratadas, nas diluições entre 1/20 a 1/640, permaneceram sem sintomas. Esses dados foram confirmados pelo teste sorológico, permitindo selecionar essas duas espécies para avaliação de indução de resistência, próxima etapa do projeto a ser conduzida.
doi:10.31368/1980-6221c00122018
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