Elaboração e validação de escala de diferencial semântico para avaliação de personalidade
[thesis]
Maria Fabiana Damásio Passos
Universidade de Brasília -UnB Brasília, 14 de novembro de 2014 iv O que me tranquiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. Apesar da verdade ser exata e clara em si própria, quando chega até nós se torna vaga
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... é tecnicamente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição. Clarice Lispector v Agradecimentos "Navegar é preciso, viver não é preciso" (Fernando Pessoa) Finda a travessia. Ainda não sei quais são as cores, sons e formas que irei encontrar ao pisar nas margens de chegada, mas sei dos sabores e dissabores que provei ao navegar por um mar salgado, marcado mais por tempestades do que por calmarias. Hoje, se estou prestes a chegar nesta margem, foi porque encontrei nesse trajeto, pessoas que puderam me ensinar que a navegação é uma ciência exata e que a bússola é uma companheira de todas as horas na construção das rotas. A minha gratidão vai em primeiro lugar para Marina, minha cria, que, ao pegá-la no meu colo pela primeira vez, me conduziu a fazer uma pergunta diária: afinal o que quero deixar de herança para você, minha pequena? Em meio ao afeto e ao amor, senti que precisava deixar um modelo de mulher que procura estar inteira, ser honesta e ter coragem para abraçar as navegações para as quais tenho sido convidada (ou convocada) a fazer ao longo da vida. À minha mãe, Zélia, pelo companheirismo constante, mesmo estando longe e por fazer o exercício constante de aceitar as minhas escolhas. Ao meu pai, Adilson, que, com todas as nossas diferenças de rotas, aprendeu, junto comigo, a importância de fazer prevalecer o afeto. Aos meus irmãos, Joana, Maju e Adil, pelo amor e pelo respeito à diversidade. Essa é a nossa maior marca. Aos meus amigos de Salvador, pela possibilidade de fortalecimento de vínculo, mesmo estando fora. Em especial, agradeço a Gabriela e a Patrícia, pelo incentivo, pela presença e por acreditarem em mim, até mesmo quando, por inúmeras vezes, questionei meus rumos e as minhas escolhas. Um agradecimento especial ainda às minhas amigas Sônia Bahia, Sônia Regina e Telma Mascarenhas, pelo apoio incondicional e a Wilson Sampaio, pelas reflexões constantes sobre a trajetória de um doutorado. Aos meus amigos de Brasília, ainda bem que eu não acredito no que me contam! Obrigada por terem contribuído para que eu encontrasse aridez apenas no clima e nas palavras ditas por pessoas que nunca vieram aqui. Tive a sorte, por meio da convivência com vocês, de acolher essa cidade embelezada pelos seus ipês e de transformar aqui no meu canto. A vocês, Lharissa Novo, Meiri Lima, Vanessa Costa, Bruno Andrade e Raphael Alexandre, a minha gratidão. vi Aos companheiros de PSTO, com quem eu pude trocar ideias e enfrentar cada um dos desafios apresentados pelo programa: Renata Manuelly, Camila Karino, Luiz Vinha, Sandra Brant e Jussara Prado. À Gina Pancorbo, por estar sempre disponível para realizar as traduções para o espanhol. Agradeço a Felipe Valentini e Ingrid Neto, não só pela amizade, como também pelas contribuições criteriosas, atenciosas e bem-vindas à etapa empírica da pesquisa. Um agradecimento especial, faço aos amigos do PSTO, Clara Cantal, Patrícia Emanuele, Daniel Kinpara e Isabelle Chariglionne. Desejo à nossa amizade vida longa. E no meio da minha rota, surge a Fiocruz, que balançou o meu mar e me apresentou o desafio de concluir o doutorado e trabalhar ao mesmo tempo. À Francini Guizardi, Dulce Ferraz e Angela Almeida, o meu agradecimento por terem feito com que este percurso fosse menos árduo. Agradeço também à Marina Dessen, não só pelo apoio no contexto de trabalho como também pela disponibilidade em participar da minha qualificação e pelas importantes contribuições dadas nesse momento. Agradeço também à Zane Stneimertz, Gisele Silva, Lanna Afonso e Ernesto Steinmertz pelo amplo apoio na realização da minha coleta de dados e a Marcelo Jesus, pelo apoio na análise de dados. A todos os juízes que deram contribuições na fase de elaboração da escala. E à CAPES, pelo apoio por meio de pagamento de bolsa nos dois primeiros anos, para que eu pudesse ingressar no programa e sustentar meus estudos durante esse período. Quero, por fim, agradecer ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, PSTO, pela possibilidade de ampliar os meus conhecimentos sobre a Psicologia e os seus modos de fazer ciência. Com sua seriedade e disciplina, contribuiu para o meu aprendizado ao me mostrar a complexidade da precisão, a importância dos caminhos estatísticos que percorri e que ainda necessito percorrer. Sei que foi apenas o começo, mas recebo a régua e o compasso com responsabilidade para continuar a construindo outras rotas. Agradeço, em especial, a cada um dos professores das disciplinas que cursei e que deram importantes contribuições para a reflexão sobre o meu projeto: Bartholomeu Trocolli, Elaine Neiva, Fabio Iglesias, Gardênia Abaad, Jairo Borges-Andrade, Luiz Pasquali e Ronaldo Pilati. Agradeço ainda ao PSTO pela oportunidade de ter participado do Programa Erasmus Mundus, tendo despertado em mim o desejo de ir mais longe. Agradeço também aos professores Claudia Fukuda, Juliana Porto e Josemberg Andrade pela disponibilidade em participarem da minha banca e pelas importantes contribuições dadas à tese. vii Quero declarar, de forma particular, minha gratidão a quatro professores. Professora Kátia Puente-Palácios, agradeço pela acolhida afetuosa e pelas orientações para a minha vida pessoal e acadêmica. À professora Isolda Günther que, com sua doçura, simplicidade e sabedoria, demonstrou disponibilidade constante para colaborar com o meu projeto de forma precisa e cuidadosa, sem perder o afeto. Ao professor Hartmut Günther, que desde o primeiro momento, despertou em mim o desejo de conhecer mais sobre métodos. Mas foi muito mais. Ao longo desses anos, evidenciou, por meio da sua capacidade de síntese, a habilidade de, ora me instigar, ora me acolher, usando apenas uma palavra ou uma curta pergunta curta. A vida foi muito generosa comigo ao colocá-lo na minha trilha acadêmica, profissional e pessoal. Por fim, ao professor Laros, agradeço pela disponibilidade em me acolher sem me conhecer e, de modo atencioso e generoso, se dispôs a me ensinar sobre a Psicologia, sobre a Estatística, mas também sobre a vida. Aprendi que precisamos ser criteriosos para escolher cada análise estatística, a depender do objeto. Aprendi a ver beleza nos números e compreendi que as tabelas também têm vida. Aprendi a ser objetiva e que a precisão não deve ser uma característica apenas dos números, como também das palavras. Que essa objetividade exige treino diário e que esse exercício deverá me acompanhar ao longo dos próximos caminhos que trilharei. Mas, principalmente, em meio a tabelas, números e textos objetivos, aprendi a reconhecer o sentido da precisão, ao poder ver a beleza de uma orquídea e ouvir o leve canto dos pássaros. Muito obrigada! A todos vocês, que seguiram ao meu lado durante essa navegação, a minha gratidão.
doi:10.26512/2014.11.t.17993
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