O gerúndio no português

Sebastião Expedito Ignácio
2001 Alfa: Revista de Lingüística  
de -O gerúndio no português. Rio de Janeiro, Presença/INL-MEC, 1980. 126p. Num momento em que os estudos históricos da língua portuguesa não estão, lamentavelmente, a mecerer a devida atenção dos lingüistas e gramáticos patrícios, e as pesquisas acadêmicas os têm ignorado totalmente, na ingênua convicção de que são desnecessários para o conhecimento da língua no seu estado atual, eis que surge O Gerúndio no Português, cujo ponto de partida é uma abordagem histórica-comparativa. O.A.S. Campos,
more » ... ofessora de Filologia Romântica da UNESP, Instituto de Letras, Ciências Sociais e Educação de Araraquara, tem-se dedicado aos estudos de lingüística histórica, sempre com a preocupação de justificar certas tendências do português contemporâneo. Talvez tenha sido essa preocupação que a tenha levado a decidir-se por um trabalho de tal natureza. A obra se destaca não só pelo assunto, que ainda não merecera um estudo de grande fôlego, mas também pela abordagem verdadeiramente diacrônica. A A. não se restringe, como fazem alguns estudos históricos, a mostrar a passagem do gerúndio do latim ao português. Procura estudar o seu emprego nas principais línguas românicas, chegando à conclusão de que a extensão do emprego daquela forma verbal não se deveu apenas à perda do particípio presente latino, mas sobretudo ao desenvolvimento de formas latentes já no latim. Em seguinda, mos-tra, através de uma exemplário bastante significativo, a evolução do gerúndio através das várias fases da língua portuguesa -Período Arcaico (século XII-XVI); Período Moderno (séculos XVI-XX) e Período Contemprâneo (século XX). Em cada um desses períodos estudados, assim como o faz na análise do latim e das línguas românicas, a A. procura estudar as forma gerundiais sob os aspectos morfossintático e semântico, levando em conta também os problemas do tempo e do aspecto verbais. O trabalho se situa, segundo as próprias palavras da A., dentro de um plano histórico-comparativo. Todavia o seu ponto alto, em termos de contribuição para os estudos atuais da estrutura da língua portuguesa, reside no levantamento e análise que se fazem dos períodos Moderno e Contemporâneo. Principalmente deste último período, quando se trabalha com um "corpus" que abrange os mais variados gêneros de língua escrita, como o teatral, o romanesco, o espistolar. incluem-se ainda textos de jornais e revistas e de literatura infantil. Para os estudos do português do Brasil, em particular, contribui o fato de que foram selecionados textos pertencentes a autores das várias regiões do pais. No que se refere à metodologia, o trabalho, de natureza essencialmente estruturalista, não se afasta muito dos mo-* Professor Assistente-Doutor do
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