Terceira Margem A SEDUÇÃO DA DESTRUIÇÃO
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by
Rio De Janeiro,
Ronaldo Lins
Abstract
Em La Rochelle fi z uma descoberta que iria guardar para o resto da vida: as relações profundas entre os homens são criadas pela violência... SARTRE, Jean-Paul. Materiais autobiográfi cos 1 Logo depois da II Guerra, quando Sartre se envolveu na política, buscando, com outros intelectuais, uma terceira via (nem a estalinista, nem a do gaullismo/capitalismo), a preocupação predominante girava em torno da possibilidade de um novo confl ito em escala mundial. Quem experimentara as agruras do passado recente sabia o que sig-nifi cava a palavra destruição. É um clima interessante a analisar, na medida em que, por outro lado, dominava a Europa o impulso de reconstruir, de criar novas condições de existência, o que se traduz na França da pós-ocupação, entre outras coisas, pela efervescência cultural. Já há algum tempo Sartre atribuía uma responsabilidade adicio-nal de compromisso da atividade literária com a realidade. O esfor-ço pressupunha o projeto de uma "revolução democrática", algo que garantisse a liberdade de expressão e defendesse a sociedade contra a opressão. Tratava-se de uma coligação ampla de forças, como se fosse possível reunir numa única agremiação todos os descontentes com o quadro partidário em vigor. Era o que Aron denominava de "revolu-ção romântica", antecipadamente prevendo o fracasso da empreitada. Realmente, estava-se diante de uma iniciativa utópica, caso se levasse em conta a estrutura conhecida de organização política. Sartre não demorará a reconhecer o fato, mais ou menos um ano depois, e se re-tirará do movimento. Afastou-se do calor das discussões e se reservou
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