INFLUÊNCIAS CULTURAIS – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO DE PARASITOSE INTESTINAL
release_adbzbv4girho5jpbk5ornvcxeq
by
Ana Rita Reis,
Maria Eduarda Vidal
2016 Vol 24 (2015): Supplement II: XVII Reunião Anual de Pediatria do CMIN
Abstract
Introdução: A incidência de parasitoses intestinais decresceu nas últimas décadas em Portugal, sobretudo devido à melhoria das condições higieno-sanitárias. Apesar de escassos estudos de prevalência, considera-se que Portugal é um país com baixa taxa de parasitismo. Este caso pretende ilustrar como, por vezes, uma pequena suspeita clínica pode ser importante no diagnóstico, como a abordagem holística é importante na compreensão das atitudes dos utentes, e especialmente como o património cultural pode influenciar a adesão e compreensão da terapêutica.
Caso Clínico: Menino de 5 anos, pertencente a uma família nuclear na fase III do ciclo de Duvall, classe média, segundo a escala de Graffar. Os progenitores são oriundos do leste da Europa, residindo em Portugal desde 2009. Na consulta de vigilância, a mãe referiu que, por vezes, notava "fitas brancas" nas fezes e questionou sobre a desparasitação intestinal. A criança não apresentava história de diarreia crónica nem alterações ao exame objetivo, nomeadamente rebate no peso. Dada a suspeita, foi pedido exame parasitológico de fezes, que revelou a presença de Hymenolepsis nana, um parasita da família das ténias. Foi contactado o hospital de referência, uma vez que o tratamento adequado (praziquantel) é de uso hospitalar. Contudo, dada a inexistência do fármaco, foi dada indicação de cumprir 3 dias de albendazol, com repetição 15 dias depois, no mesmo esquema. A criança manteve-se assintomática e sem afetação do crescimento estaturo-ponderal. Foi reavaliada cerca de um mês depois, sem alterações assinaláveis. Contudo, a mãe insistiu que deveria repetir novo ciclo de tratamento, porque leu que se deve fazer profilaxia de infeção por Giardia e na sua terra se fazia assim. Embora tenha sido explicado que não é indicado e que pode haver efeitos secundários, não se conseguiu demovê- -la do seu objetivo e a criança foi medicada.
Discussão: Atualmente, a OMS recomenda a profilaxia de rotina apenas em países com taxas de parasitismo superiores a 20%. As desparasitações de roti [...]
In text/plain
format
Archived Files and Locations
application/pdf
38.3 kB
file_d4aya3e3xbai3gab4yu7iyos5y
|
revistas.rcaap.pt (publisher) web.archive.org (webarchive) |
access all versions, variants, and formats of this works (eg, pre-prints)
Datacite Metadata (via API)
Worldcat
wikidata.org
CORE.ac.uk
Semantic Scholar
Google Scholar